Missão de resgate na Nigéria depende do Conselho de Segurança, diz ONU
ONU alerta também que sequestro e tráfico de pessoas caracteriza crime contra a humanidade
Internacional|Do R7
A ONU disse nesta terça-feira (6) que o possível envio de uma missão à Nigéria para ajudar no resgate das mais de 200 meninas sequestradas pela milícia radical Boko Haram é uma decisão que depende do Conselho de Segurança.
"O envio de uma força de desdobramento rápido tem que acontecer através do Conselho de Segurança", respondeu hoje à imprensa uma porta-voz das Nações Unidas, que reiterou a "profunda preocupação" do organismo pelo sequestro das menores.
A Casa Branca, através do secretário de Justiça, Eric Holder, pediu ao Bureau Federal de Investigação (FBI) que envie agentes para contribuir na investigação do sequestro, segundo a imprensa americana.
Por sua parte, o governo britânico ofereceu hoje às autoridades nigerianas "ajuda prática" para resolver o resgate, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores, William Hague, que qualificou o sequestro de "repulsivo" e "imoral".
Boko Haram, que em línguas locais significa "a educação não islâmica é pecado", reivindicou na última segunda-feira (5) a autoria do sequestro realizado no último dia 14 de abril em uma escola em Chibok, no noroeste do país.
"Eu sou quem as sequestrou", disse o líder do grupo armado, Abubakar Shekau, em um vídeo divulgado a um reduzido grupo de jornalistas, no qual também antecipou que "em breve" haverá mais ataques.
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A Alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, lembrou hoje que escravizar e abusar sexualmente de pessoas pode constituir um crime contra a humanidade, e voltou a pedir que sejam imediatamente devolvidas, sãs e salvas, a suas famílias.
"Estamos profundamente preocupados pelos comentários do suposto líder de Boko Haram nos quais descaradamente diz que venderá às meninas sequestradas no mercado e as casará, referindo-se a elas como escravas", disse Pillay em comunicado.
Desde que a polícia matou em 2009 o líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que causou mais de 3.000 mortes no país, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Com 170 milhões de habitantes divididos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.