Obama ganha mais quatro anos para continuar reformas nos EUA
Presidente foi reeleito em disputa acirrada e deve aprofundar mudanças no Estado
Internacional|Fábio Cervone, colunista do R7
O presidente norte-americano, Barack Obama, de 51 anos, venceu nos Estados-chave de Pensilvânia, Iowa e Wisconsin, e, de acordo com as projeções internacionais, seguirá no comando dos EUA por mais quatro anos.
O líder democrata deverá intensificar as reformas no setor financeiro, na saúde e aumentar a intervenção pública na economia para alavancar o crescimento. Entretanto, como ocorrido na gestão anterior, Obama terá dificuldades em negociar com o Congresso, sem maioria dominante.
A população americana garantiu ao democrata a oportunidade de continuar as reformas liberais do setor público iniciadas no primeiro mandato. Todavia, o fato da corrida ter sido disputada voto a voto, Obama, nos primeiros meses de governo, deve continuar com a postura combativa para convencer os opositores no poder legislativo e judiciário sobre a legitimidade de suas propostas.
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O maior desafio do presidente reeleito será retomar o crescimento da economia, a geração de empregos e o aumento da renda da classe média. Paralelamente, conforme prometido durante a campanha, Obama deverá fortalecer a rede de assistência social para a população por meio do aprofundamento do “Obamacare” e da melhora do sistema educacional do país.
Após os próximos quatro anos, Obama deverá consolidar seu projeto de EUA para enfrentar uma nova fase da economia nacional e do mundo globalizado que acarretou na crise até então deflagrada.
A campanha
Democratas e republicanos gastaram aproximadamente R$ 12 bilhões (US$ 6 bilhões) na busca por votos nos 50 Estados da federação americana. Esta foi considerada a campanha mais cara da história dos EUA.
Até o último minuto, Barack Obama e Mitt Romney atuaram na campanha para obter vantagens nas urnas. Enquanto Obama telefonou pessoalmente para candidatos nesta terça-feira (6), Romney viajou para os Estados de Ohio e Pensilvânia onde participou de eventos públicos com seus apoiadores.
Durante os últimos 18 meses, que englobaram as disputas primárias e a campanha oficial, os dois candidatos travaram um embate memorável. Nos debates, os candidatos não deixaram acusações sem respostas e a profusão de propagandas televisivas foi evidente.
O confronto marcou a polarização da sociedade americana sobre temas sensíveis como casamento gay, universalização da saúde pública, déficit federal e o papel dos EUA no mundo.
Líderes de todas as esferas manifestaram seus apoios publicamente e até os bonecos da Vila Sésamo saíram em defesa da televisão pública ameaçada pelas propostas republicanas.
Mais uma vez, as eleições presidenciais norte-americanas garantiram um espetáculo à parte para o mundo, e o novo líder agora deverá ser observado de perto e, como tradição em relação à principal potência global, pode ser capaz de ditar novos paradigmas para a sociedade internacional.