A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) votou por reiniciar as negociações sobre um projeto de tratado internacional para regular o comércio global de armas convencionais, que movimenta R$ 145 bilhões (70 bilhões de dólares).
Esse é um projeto ao qual a poderosa NRA (Associação Nacional do Rifle), dos Estados Unidos, tem se empenhado arduamente em fazer lobby contrário.
Delegados da ONU e ativistas pelo controle de armas reclamaram que as negociações entraram em colapso em julho em parte porque o presidente Barack Obama temia ataques do rival republicano Mitt Romney antes da eleição de 6 de novembro se seu governo fosse visto como simpatizante do tratado, uma acusação que as autoridades norte-americanas negaram.
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O NRA, que vem sofrendo intensas críticas por sua reação ao massacre de 15 de dezembro de 20 crianças e seis educadores em uma escola primária de Newtown, em Connecticut, se opõe à ideia de um tratado de comércio de armas e vem pressionando Obama para rejeitá-lo.
Mas depois da reeleição de Obama no mês passado, seu governo se uniu a outros membros de um comitê da ONU no apoio à retomada de negociações sobre o tratado.
Essa medida foi estabelecida na última segunda-feira (24), quando a Assembleia Geral da ONU, com 193 países, votou a favor de uma rodada final de negociações entre 18 e 28 de março em Nova York.
Os ministros das Relações Exteriores de Argentina, Austrália, Costa Rica, Finlândia, Japão, Quênia e Grã-Bretanha --os países que escreveram a resolução-- divulgaram um comunicado conjunto elogiando a decisão de retomar as negociações sobre o pacto.
"Esse foi um sinal claro de que uma vasta maioria de estados-membros da ONU apoiam um tratado eficaz, equilibrado e forte, que estabeleceria os padrões globais comuns mais altos possíveis para a transferência internacional de armas convencionais", disseram.
Houve 133 votos a favor, nenhum contra e 17 abstenções. Vários países não compareceram, segundo diplomatas da ONU por causa do feriado de Natal.