Contaminações pelo novo coronavírus têm crescido no Paraguai
Nathalia Aguilar / EFE - ArquivoO governo do Paraguai anunciou nesta quarta-feira (24) o retorno à quarentena a partir de sábado até o dia 4 de abril, de modo a frear o ritmo de contágios de coronavírus ao longo da Semana Santa, já que o país vive uma situação crítica, com hospitais públicos e privados colapsados.
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"Todos os habitantes deverão permanecer em seus domicílios habituais, ou onde estiverem, e poderão realizar deslocamentos mínimos e indispensáveis para providenciar alimentos, medicamentos e produtos de limpeza", comentou o chefe do Gabinete Civil da Presidência, Hernán Huttemann, em entrevista coletiva após uma reunião do governo.
O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, se reuniu há alguns dias com o gabinete para definir as medidas para a Semana Santa.
As pessoas poderão se deslocar entre as 5h e as 20h, enquanto comércios não essenciais e estabelecimentos não gastronômicos poderão operar 24 horas com entrega a domicílio. As instituições de ensino básico e superior terão que seguir com as aulas virtuais, e as construções poderão continuar.
As instituições estatais, os serviços de saúde públicos e privados e os comércios essenciais, como farmácias e supermercados, assim como suas cadeias logísticas, continuarão funcionando normalmente.
Com as novas medidas, o governo espera reduzir os deslocamentos na Semana Santa e evitar a propagação do vírus de Assunção e do departamento Central, os principais focos, para o interior do país.
Por esse motivo, o governo também proibiu a circulação de automóveis para curta, média e longa distância, mas o transporte público está garantido na área metropolitana.
"As medidas têm que ser tomadas. Se não forem tomadas a tempo, vamos lamentar", insistiu Huttermann.
No entanto, hotéis e albergues serão autorizados a permanecer abertos para pessoas que residam no mesmo departamento ou para aqueles que fizeram reservas antes de o decreto ser divulgado.
Para assegurar o cumprimento das medidas, a polícia e as Forças Armadas exercerão "um controle rigoroso" em todo o país e seguirão "os procedimentos mais rigorosos" com aqueles que não cumprirem, de acordo com o subcomandante da Polícia Nacional, Victor Balbuena.
Apesar das restrições internas, as fronteiras do país permanecerão abertas, segundo María de los Ángeles Arriola, chefe da Direção-Geral de Migrações.
Guillermo Sequera, diretor da Vigilância Sanitária, disse que não faz mais sentido fechar as fronteiras com o Brasil porque o vírus também se encontra no país e que existe o mesmo risco de contrair a doença.
O Paraguai registrou o primeiro caso de covid-19 no dia 7 de março de 2020. Desde então, o país confirmou 198.135 casos, entre eles 3.818 mortes e 162.879 recuperações, de acordo com o Ministério da Saúde.