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Pescadores japoneses adiam planos para voltar ao trabalho devido à radiação em Fukushima

Contaminação da água nas proximidades da usina atingiu o pior nível desde a explosão em 2011

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Uma das cooperativas japonesas de pesca da cidade de Iwaki, ao sul da central de Fukushima (Japão), anunciou na quarta-feira (21) que finalmente abandonará seus planos para retomar a atividade na área. A organização esperava voltar a pescar em 5 de setembro como um teste para avaliar se a atividade poderia ser reiniciada.

"Achamos que nossa decisão é lógica, após ter escutado que estão ocorrendo vazamentos de água contaminada ao mar um dia após outro", disse à agência "Kyodo" o representante da cooperativa, Masakazu Yabuki.

Diante da gravidade dos vazamentos radioativos, a NRA (Autoridade de Regulação Nuclear do Japão) propôs elevar o problema de água contaminada para o nível de alerta 3 na Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (INES), o que representa o pior incidente em Fukushima desde a explosão da crise, em 2011.

Tepco detecta focos de radiação perto de tanques de Fukushima

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A operadora da central nuclear de Fukushima calculou em 30 trilhões de becquerels a quantidade de césio e estrôncio radioativos que teriam chegado ao Oceano Pacífico desde maio de 2011 através da água subterrânea acumulada no subsolo da central.

A quantidade inclui apenas os elementos radioativos filtrados através do vazamento de água subterrânea contaminada, presente sob os reatores da central.

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A empresa TEPCO (Tokyo Electric Power) admitiu há quatro meses que a água acumulada no subsolo após a catástrofe provocada pelo tsunami de março de 2011 não era estagnada como se pensava, e sim que seguia para o Oceano em quase 300 toneladas por dia.

Cálculos posteriores mostraram que a quantidade de elementos radioativos que vazaram ao mar deveria ser, no máximo, de 10 trilhões de becquerels de estrôncio 90 e de 20 trilhões de becquerels de césio radioativo.

Os vazamentos para o mar continuam.

Antes do acidente, a central poderia verter no máximo 220 bilhões de becquerels por ano.

A TEPCO tenta, no momento, instalar um sistema capaz de bombear 100 toneladas de água subterrânea contaminada por dia, água que seria filtrada e reciclada para resfriar os reatores da central.

O problema de vazamento de águas subterrâneas no mar é diferente do registrado nos últimos dias, que provocou o vazamento no oceano de 300 toneladas de água altamente radioativa presente em um tanque defeituoso de 1.000 toneladas.

Este último problema foi considerado um "incidente grave" na quarta-feira pela autoridade de regulação nuclear.

Fukushima e Chernobyl: ação conjunta

Os governos do Japão e da Ucrânia desenvolverão um projeto conjunto para estudar as mudanças ambientais e o estado das usinas nucleares de Fukushima e Chernobyl, epicentro dos maiores acidentes atômicos da história, com um sistema de minissatélites, informou na quinta-feira (22) o jornal econômico "Nikkei".

De acordo com a fonte, espera-se que os ministros das Relações Exteriores de ambos os países, o japonês Fumio Kishida e o ucraniano Leonid Kozhara, aprovem o projeto na próxima segunda-feira (26) durante uma reunião que em Kiev.

Segundo a agenda do Ministério das Relações Exteriores do Japão, durante sua visita oficial à Ucrânia, Kishida realizará no próximo domingo uma inspeção à central de Chernobyl, onde em 1986 ocorreu o maior acidente nuclear da história, ao espalhar substâncias equivalentes a 500 bombas atômicas como a lançada em Hiroshima.

Analistas da Universidade de Tóquio, junto com pesquisadores de Tohoku, Wakayama, Nagóia e Kyushu, ficarão responsáveis pelo desenvolvimento dos satélites. Espera-se que os resultados do estudo sirvam para mostrar os efeitos da radiação nas zonas adjacentes às castigadas usinas nucleares, assim como para auxiliar ambos os países no controle do estado das duas centrais.

De acordo com o "Nikkei", até o ano próximo, um total de sete satélites será lançado pela Agência Espacial da Ucrânia com foguetes russos.

Os minissatélites, que terão um peso de aproximadamente 60 kg e medirão 50 centímetros, tomarão imagens a cada duas horas das usinas citadas desde uma altitude aproximada de 600 km.

Além disso, os dispositivos serão capazes de coletar sinais provenientes de sensores instalados no solo e colher dados nas áreas nas quais a radiação se encontrar acima do normal.

Atualmente, em Fukushima, cerca de 3,5 mil trabalhadores trabalham diariamente na usina para por pôr fim à crise nuclear, provocada pelo tsunami de março de 2011, em uma árdua tarefa cheia de dificuldades, a qual deverá ser solucionada em um período mínimo de 40 anos.

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