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Operadora de Fukushima anuncia grande vazamento radioativo

A TEPCO (Tokyo Electric Power Company) afirmou que a fonte do problema não foi identificada

Internacional|Do R7

Usina de Fukushima ficou destruída após o terremoto seguido de tsunami que abalou Japão em março de 2011
Usina de Fukushima ficou destruída após o terremoto seguido de tsunami que abalou Japão em março de 2011 TOMOHIRO OHSUMI/AFP

Cerca de 300 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear japonesa de Fukushima, no pior acidente desde o início da crise causada pela destruição da central após o terremoto seguido de tsunami de março de 2011, informou a operadora nesta terça-feira (20).

A TEPCO (Tokyo Electric Power Company) afirmou que o vazamento provavelmente continuará nesta terça-feira, em Fukushima, e que a fonte do problema ainda não havia sido identificada.

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A companhia indicou que havia poças com níveis extremamente elevados de radiação — cerca de cem millisieverts por hora (medida para radiação) —, que foram encontradas perto dos tanques de água da usina.


"Isso significa que, em uma hora, você fica exposto ao nível de radiação permitido para um trabalhador de uma usina nuclear em cinco anos", informou um porta-voz da empresa, em uma coletiva de imprensa.

Mais tarde, a empresa afirmou que tinha identificado o tanque que estava com defeito, mas ainda tinha que encontrar o local do vazamento.


"Instruímos a TEPCO a encontrar a fonte da água contaminada e selar o ponto de vazamento", disse um funcionário da Autoridade de Regulação Nuclear à AFP.

"Também os instruímos a recuperar os solos contaminados para evitar uma expansão maior da água tóxica, e a reforçar o controle do ambiente ao redor. Não houve alterações significativas nos níveis de radiação fora da usina", acrescentou a fonte.

Desde o tsunami causado pelo terremoto que atingiu Fukushima, em março de 2011, afetando os sistemas de refrigeração do reator e provocando colapsos, já houve quatro vazamentos similares de tanques do mesmo tipo. Porém, o vazamento mais recente foi o pior em termos de volume, disse o porta-voz da TEPCO.

A companhia admitiu que a água tóxica pode contaminar as águas subterrâneas e desaguar no Oceano Pacífico "a longo prazo", mas disse estar trabalhando para evitar que isso ocorra.

"Estamos transferindo a água contaminada de um tanque com problema de vazamento para tanques intactos, recuperando a água que vazou e o solo em torno dela. Também estamos reforçando as barragens existentes em torno dos tanques", disse o porta-voz, enquanto a região enfrenta uma chuva pesada nesta terça-feira.

Até agora, quatro toneladas de água derramada foram recuperadas desde segunda-feira (19) à noite, quando a TEPCO começou a operação de recuperação, afirmou a empresa, que tem enfrentado uma série de incidentes, incluindo vários vazamentos de água radioativa, após o pior desastre nuclear de uma geração.

A empresa, que enfrenta enormes custos de limpeza, tem lutado para resolver o problema da enorme quantidade de água radioativa acumulada em função da contínua injeção para resfriar os reatores.

A TEPCO admitiu em julho, pela primeira vez, que as águas subterrâneas radioativas haviam deixado o local do vazamento.

Os problemas levaram o governo japonês e sua instituição reguladora nuclear a afirmar que ficariam mais diretamente envolvidos na limpeza de Fukushima, em vez de deixá-la por conta da operadora.

Enquanto ninguém é oficialmente registrado como vítima fatal em decorrência direta dos colapsos dos reatores de Fukushima, as grandes áreas em torno da usina tiveram que ser abandonadas.

Dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas.

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