Primeira votação do conclave não escolhe novo papa
Fumaça preta anuncia que nenhum nome atingiu dois terços dos votos
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Nenhum cardeal recebeu a quantidade de votos necessária para ser eleito o novo líder da Igreja Católica na tarde desta terça-feira (12), na primeira votação do conclave que escolherá o sucessor de Bento 16.
O anúncio de que a votação não resultou na escolha do novo papa foi feito por meio da famosa fumaça que saiu de uma chaminé instalada na Capela Sistina, onde está acontecendo o conclave.
A fumaça de hoje, de cor preta, foi expelida por volta das 19h40 (hora local, 15h40 em Brasília), horas após os cardeais darem início ao conclave.
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A partir de amanhã, serão quatro votações diárias — duas pela manhã e duas pela tarde — até que algum nome atinja uma maioria de dois terços.
Apesar das quatro votações, a chaminé será acionada apenas duas vezes: uma após as duas votações da manhã, e outra após os dois escrutínios da tarde. Isso ocorrerá às 12h (8h em Brasília) e às 19h (15h em Brasília).
Se o papa for eleito na primeira votação do período, a chaminé será acionada uma hora mais cedo.
Especialistas acreditam que o novo papa seja conhecido até a quinta-feira (14).
Início do conclave
Os 115 cardeais eleitores fecharam-se na Capela Sistina por volta das 16h30 (hora local, 12h30 em Brasília) de hoje. Eles chegaram à capela em uma procissão, cantando e rezando, a partir da Capela Paulina, onde estiveram reunidos minutos antes.
Mais cedo, foi realizada uma missa com a presença de milhares de fiéis, na Basílica de São Pedro.
Após a chegada dos cardeais, as pessoas alheias ao conclave abandonaram a Capela Sistina para o início da reunião, deixando-os sozinhos e completamente isolados do mundo.
Foi, então, pronunciado o "Extra Omnes" (Fora todos!), e as grandes portas da capela foram fechadas.
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Como funciona a votação
Para votar, cada cardeal eleitor (ou seja, com menos de 80 anos) preenche primeiro um papel retangular que leva impressa a menção "Eligo in Summum Pontificem" (Elejo como sumo pontífice) na parte superior. Tem que escrever o nome de seu candidato com uma caligrafia "a mais irreconhecível possível".
Dobra sua cédula e, seguindo uma ordem pré-estabelecida, se levanta e a leva — de forma que o papel esteja sempre visível — ao altar onde está instalada uma urna coberta com uma bandeja. O cardeal pronuncia, em voz alta, um juramento, deposita sua cédula em uma bandeja e a deixa deslizar pela abertura da urna. Depois, se inclina em direção ao altar e retorna ao seu lugar.
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Depois que todos tiverem votado, um responsável agita energicamente a urna para misturar bem as cédulas e outro as conta. Se o número de papéis não corresponder ao de eleitores, são queimados imediatamente.
Existindo ou não um eleito, as cédulas são reanalisadas pelos revisores. Se nenhum nome obtiver o mínimo de votos necessários, ocorre imediatamente uma segunda votação. Depois, os papéis das duas votações são queimados junto com as anotações feitas pelos cardeais.
O papa deve ser eleito por uma maioria de dois terços (77 votos) dos candidatos presentes.
Eles votam quatro vezes por dia, duas pela manhã e duas pela tarde, até que haja um consenso. Após três dias sem resultado, sem contar com o dia do início do ritual, a eleição é interrompida para um dia de oração e discussão, antes de realizar outras sete votações.
Caso após 34 votações ainda não exista um novo papa, a eleição se limita aos dois candidatos mais votados, que para ser eleitos deverão se impor por uma maioria de dois terços.
No último século, o conclave mais longo durou cinco dias.
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