Pró-russos que ocupam prédio em Lugansk têm 60 reféns, segundo governo ucraniano
Americanos acusam Moscou de interferência no país vizinho
Internacional|Do R7, com EFE e AFP
Os cidadãos pró-russos armados que ocupam a sede dos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU, antigo KGB) na cidade de Lugansk (leste) "plantaram minas e mantêm cerca de 60 pessoas como reféns".
Assim informou um comunicado do SBU citado pela imprensa local, no qual se assegura que "os separatistas mantêm à força cerca de 60 cidadãos, as quais não deixam sair do edifício para retornar a suas casas".
Kerry acusa a Rússia, mas diz que se reunirá com Lavrov de novo
O secretário de Estado americano John Kerry acusou nesta terça-feira (8) a Rússia de enviar agentes ao leste da Ucrânia para criar caos, mas também anunciou que se reunirá novamente com seu colega russo Serguei Lavrov provavelmente na próxima semana.
Crise na Ucrânia: EUA faz novo alerta de que ações russas 'terão custos'
"Tudo o que vimos nas últimas 48 horas, de provocadores russos e agentes atuando no leste da Ucrânia, nos indica que foram enviados para lá para criar o caos", afirmou Kerry aos legisladores americanos.
No entanto, anunciou que se reunirá novamente com Lavrov na próxima semana na Europa para tentar resolver a crise na Ucrânia.
"Concordamos em nos reunir na Europa na próxima semana", acrescentou à Comissão de Assuntos Exteriores do Senado americano.
Putin e o ocidente
O presidente russo, Vladimir Putin, que se comprometeu em proteger "a qualquer preço" a população de língua russa da Ucrânia, mobilizou na fronteira quase 40 mil homens, o que aumentou o temor de invasão.
A Rússia apelou às autoridades de Kiev pelo fim de qualquer preparativo de intervenção militar nas regiões pró-Moscou do leste da Ucrânia, com uma advertência sobre o risco de guerra civil.
O ministério russo das Relações Exteriores afirmou que tem informações sobre a presença de 150 funcionários de uma empresa de segurança privada americana na operação ucraniana, assim como de ativistas de um grupo nacionalista ucraniano chamado de "fascista" por Moscou, o que Kiev negou.
EUA exigem que Putin pare com "esforços para desestabilizar Ucrânia"
Ucranianos colam documentos picadinhos em busca de casos de corrupção
As autoridades ucranianas acusam a Rússia de querer "desmembrar" o país e boicotar as eleições presidenciais previstas para 25 de maio. Ainda mais se for levado em consideração que os favoritos são candidatos pró-Ocidente.
Com o repentino aumento da tensão, o governo dos Estados Unidos apelou na segunda-feira (7) a Putin para que deixe de "desestabilizar" a Ucrânia e acusou Moscou que "orquestrar" as manifestações pró-Rússia.
Moscou acusou Washington de reprovar nos outros países coisas que seu governo costuma fazer.
O governo americano propôs ainda uma reunião entre EUA, Rússia, Ucrânia e Europa. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que estava disposto a considerar uma negociação, desde que "o sul e o leste da Ucrânia estejam representados".
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, advertiu a Rússia contra as "graves consequências" de uma intervenção na Ucrânia, que seria, segundo ele, um grave "erro histórico".
"Peço a Rússia que recue e não agrave a situação no leste da Ucrânia", disse o chefe da Aliança Atlântica.
Estados Unidos e Europa mencionaram possíveis novas sanções contra a Rússia no caso de intervenção armada na Ucrânia.
Ucrânia adverte que tratará separatistas como "terroristas e criminosos"
Próxima Crimeia? Ativistas pró-Moscou proclamam a independência de Donetsk