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Próxima Crimeia? Ativistas pró-Moscou proclamam a independência de Donetsk

Os manifestantes anunciaram que farão um referendo de soberania até 11 de maio

Internacional|Do R7

Ativistas pró-Rússia montaram uma barricada em frente ao prédio do Conselho Regional de Donetsk
Ativistas pró-Rússia montaram uma barricada em frente ao prédio do Conselho Regional de Donetsk

Os ativistas pró-Moscou que ocupam a sede do governo da região ucraniana de Donetsk, no leste do país, proclamaram nesta segunda-feira a criação de uma "república soberana" independente de Kiev e anunciaram, segundo a agência Interfax, um referendo de soberania até 11 de maio.

A decisão foi anunciada por um porta-voz dos manifestantes, que compareceu à entrada do edifício para falar com a imprensa.

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Um vídeo publicado no YouTube mostra um homem que anuncia: "Buscando criar um estado popular, legítimo e soberano, proclamo a criação do estado soberano da República Popular de Donetsk".

O anúncio foi recebido com aplausos de mais de 100 homens reunidos em um auditório do que parece o prédio do governo de Donetsk.


O site de notícias local Ostrov afirma que os ativistas pediram para integrar a Federação Russa.

O homem, que já havia sido visto no domingo em outros vídeos divulgados na internet, é considerado um dos líderes dos manifestantes que tomaram o controle da sede o governo regional de Donetsk após um rápido confronto com a polícia.


Dezenas de manifestantes pró-Rússia aplaudiram o anúncio diante do edifício, mas os ativistas não parecem controlar outras áreas da cidade de um milhão de habitantes.

O governo pró-Ocidente de Kiev enviou à região no domingo o vice-primeiro-ministro encarregado das questões de segurança.

O presidente ucraniano interino, Alexander Turchynov, adiou uma visita a Lituânia. O ministro do Interior, Arsen Avakov, acusou Putin e Yanukovytch, que segundo ele dirigiram e pagaram os distúrbios separatistas.

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A tensão aumentou repentinamente no domingo na região leste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, quando manifestantes tomaram o controle de prédios oficiais - administrações locais ou de serviços de segurança (SBU) nas cidades de Kharkiv, Lugansk e Donetsk.

No domingo, manifestantes pró-Moscou também tomaram o controle da sede do governo de Kharkiv, outra cidade de 1,4 milhão de habitantes do leste da Ucrânia.

Mas, após negociações, os manifestantes deixaram o edifício, que nesta segunda-feira estava sob o controle de Kiev, segundo o ministro do Interior, Arsen Avakov, que viajou a Kharkiv.

As ações nos edifícios aconteceram sem violência. As forças de segurança resistiram por pouco tempo em Donetsk durante a tarde, ante manifestantes com os rostos cobertos, antes de abandonar o local.

Os manifestantes substituíram imediatamente a bandeira da Ucrânia pela bandeira da Rússia.

Após negociações, os manifestantes abandonaram a sede do governo de Kharkiv, mas os ativistas de Donetsk se recusaram a deixar o edifício.

Na manhã desta segunda-feira, os ativistas organizaram uma assembleia durante a qual proclamaram a "República soberana" de Donetsk.

Ao mesmo tempo, um oficial ucraniano foi assassinado a tiros no domingo à noite em um incidente entre militares russos e ucranianos na localidade de Novofedorovka, na Crimeia, anunciou o ministério da Defesa da Ucrânia.

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Um porta-voz dos manifestantes compareceu à entrada do edifício para falar com a imprensa e anunciou a decisão, mas os jornalistas não foram autorizados a entrar no prédio.

Antes do anúncio, o governo ucraniano pró-Ocidente, que surgiu após a revolta que destituiu em 22 de fevereiro o governo pró-Moscou do presidente Viktor Yanukovytch, denunciou um plano russo para "desmembrar" o país.

"Há um plano para desestabilizar, um plano para que as forças estrangeiras atravessem a fronteira e tomem o território do país, algo que não vamos permitir", disse o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk.

"O roteiro está escrito pela Federação Russa e seu único objetivo é desmembrar a Ucrânia", completou.

Até o momento, as autoridades russas não se pronunciaram sobre as declarações nem sobre a repentina crise no leste da Ucrânia.

Desde a queda do regime pró-Moscou de Kiev, a tensão persiste entre os dois países. A crise entre Rússia e Ucrânia teve como consequência a anexação da república da Crimeia pela Federação Russa, após um referendo não reconhecido pelo governo ucraniano e os países ocidentais.

Para tentar apaziguar os ânimos, Kiev enviou o ministro do Interior, Arsen Avakov, a Kharkiv e o vice-primeiro-ministro responsável pela Segurança, Vitali Iarema, a Donetsk.

Em Kharkiv, uma correspondente da AFP constatou que os funcionários ucranianos trabalhavam normalmente, mas sob proteção policial.

Dezenas de manifestantes pró-Rússia permaneciam, no entanto, reunidos nas imediações.

Desde a queda do presidente Viktor Yanukovytch, após protestos e confrontos violentos na capital Kiev, a tensão é muito forte no leste do país, onde várias pessoas morreram em manifestações, e no sul da Ucrânia.

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A crise entre Rússia e Ucrânia teve como consequência a anexação da república da Crimeia pela Federação Russa, após um referendo não reconhecido pelo governo ucraniano e os países ocidentais.

Em plena crise política, a Ucrânia luta para sair de uma profunda crise econômica, cujas perspectivas pioraram depois que Moscou anunciou na semana passada um aumento de 81% no preço do gás fornecido à Ucrânia.

Kiev rejeitou a "pressão política" e agitou o espectro de uma nova "guerra do gás", que poderia colocar em risco o abastecimento europeu.

A Rússia anunciou nesta segunda-feira a suspensão da importação de parte da produção de laticínios da Ucrânia.

A Bolsa de Moscou operava em baixa e a o rublo, a moeda russa, registrava uma forte desvalorização na comparação com o euro.

Os países ocidentais ameaçam a Rússia com novas sanções econômicas no caso de um ataque à integridade territorial da Ucrânia.

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