Putin: "Rússia fará tudo que puder para que conflito na Ucrânia termine"
O governo ucraniano, porém, não vê com bons olhos a interferência russa na região
Internacional|Do R7
O presidente russo, Vladimir Putin, assegurou nesta quinta-feira (14) que a Rússia fará tudo o que puder para que o conflito no leste da Ucrânia termine, durante uma reunião realizada na Crimeia, península anexada em março passado por Moscou.
A população da península, por arrasadora maioria, apoiou a opção de se unir à Federação Russa em um plebiscito antes que Moscou tornasse efetiva a anexação.
"Vamos fazer tudo o que depender de nós para que este conflito termine o mais rápido possível", disse Putin durante um ato com parlamentares russos no porto de Yalta (Crimeia), segundo informam as agências locais.
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Putin ressaltou que a Ucrânia "afundou em um caos sangrento, em um conflito fratricida" e que "no leste da Ucrânia aconteceu uma grande catástrofe humana".
"Morreram milhares de pessoas, centenas de milhares se transformaram em refugiados e perderam literalmente tudo", destacou o líder russo em relação à situação humana nas regiões ucranianas de Lugansk e Donetsk, palco de combates entre forças governamentais e rebeldes pró-Rússia.
O chefe do Kremlin insistiu que a Rússia colocou "estes problemas também ao governo da Ucrânia, como à comunidade internacional e às principais organizações internacionais".
A Ucrânia, por sua vez, não vê com bons olhos a interferência russa na região. Estas afirmações coincidem com a controvérsia criada pelo comboio com ajuda humanitária enviado pela Rússia com destino a Lugansk, uma cidade que há duas semanas está sem água e luz e onde permanecem 250 mil de seus 420 mil habitantes.
Além disso, a Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei que dá sinal verde à imposição de 29 tipos de sanções contra a Rússia, que incluem a proibição do trânsito dos hidrocarbonetos que Moscou exporta para a Europa.
O projeto obteve os votos de 244 deputados, 18 mais do que os necessários para sua aprovação. A lei, que ainda deve ser promulgada pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, autoriza o Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia a adotar sanções contra países que apoiem ou financiem o terrorismo no território do país.