Rebeldes houthis dizem que ataques a navios no mar Vermelho continuarão
Afirmação é dada após os EUA anunciarem uma coalizão de dez países para garantir segurança à navegação naquela área
Internacional|Do R7, com EFE
Os rebeldes xiitas houthis, do Iêmen, afirmaram nesta terça-feira (19) que continuarão os seus ataques a navios ligados a Israel no mar Vermelho, em resposta à nova coalizão militar anunciada pelos Estados Unidos para garantir a segurança e a liberdade de navegação nessa rota marítima, crucial para o comércio internacional.
“A coalizão formada pelos Estados Unidos visa proteger Israel e militarizar o mar sem nenhuma justificativa, e não impedirá o Iêmen de continuar as suas operações legítimas de apoio a Gaza”, disse o porta-voz houthi, Mohamed Abdulsalam, em sua conta no X (antigo Twitter).
Na primeira reação após o anúncio dessa coalizão promovida por Washington, Abdulsalam afirmou que “os EUA permitiram-se apoiar Israel formando uma aliança, e também sem aliança”.
“Os povos da região têm plena legitimidade para apoiar o povo palestino. O Iêmen assumiu a responsabilidade de defender os direitos palestinos e [confrontar a] grande injustiça em Gaza”, acrescentou.
O porta-voz reiterou que “as operações navais do Iêmen visam apoiar o povo palestino no confronto com a agressão e o cerco a Gaza e não são uma demonstração de força nem um desafio a ninguém”.
Por isso, alertou, “quem quiser ampliar o conflito deve assumir as consequências dos seus atos”.
O Pentágono anunciou nesta terça uma nova coalizão militar composta de dez países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha.
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, está hoje em Manama, capital do Bahrein e quartel-general da 5ª Frota dos EUA, e se reunirá virtualmente com os ministros da Defesa dos países da região.
Após o início da guerra na Faixa de Gaza, os houthis, apoiados pelo Irã, lançaram várias saraivadas de mísseis e drones contra o sul de Israel nos últimos dois meses e também contra navios. As alegações deles é que os alvos têm relação com o Estado Judeu, o que não é verdade.
Em uma semana, duas embarcações de bandeira norueguesa foram atingidas. Também há entre os alvos navios de propriedade de empresas com sede na Suíça e Dinamarca.
Desde a sexta-feira (15), os principais grupos de transporte marítimo começaram a suspender suas operações no mar Vermelho, entre eles o Maersk e o Hapag-Lloyd, e ontem juntou-se a eles a petrolífera BP, que cancelou temporariamente a passagem dos seus navios pela região, o que pode causar grandes distúrbios no comércio internacional.