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Regiões do leste da Ucrânia elegem Zakharchenko e Plotnitski como líderes separatistas

Rússia reconhece resultado, mas União Europeia considera eleições obstáculo à paz no país

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Separatistas realizaram eleições no leste da Ucrânia neste domingo (2)
Separatistas realizaram eleições no leste da Ucrânia neste domingo (2) Separatistas realizaram eleições no leste da Ucrânia neste domingo (2)

Os líderes rebeldes Aleksandr Zakharchenko e Igor Plotnitski foram escolhidos como chefes das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, respectivamente, após receberem mais de 63% dos votos nas eleições separatistas realizadas no domingo (2).

Zakharchenko, de 38 anos, recebeu mais de 765 mil votos, enquanto o partido que ele lidera, a República de Donetsk, foi a vencedora das eleições para o parlamento separatista, segundo informou nesta segunda-feira (3) a Comissão Eleitoral Central.

Plotnitski conseguiu mais de 440 mil votos na região vizinha e seu partido, Paz em Lugansk, também teve uma vitória sem contestações, informam as agências russas.

Líder separatista em Donetsk desde agosto, Zakharchenko liderou a defesa de Donetsk desde a explosão da revolta militar e inclusive foi ferido nos combates com as forças leais a Kiev. "Estamos dispostos ao diálogo, mas esperamos delas (as autoridades ucranianas) atuações adequadas e normais", disse na noite de domingo, após o fechamento dos colégios eleitorais.

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Zakharchenko também negou que as eleições representem uma violação dos acordos assinados em Minsk, capital de Belarus, em setembro, que contemplam tanto uma declaração de cessar-fogo como a criação de uma zona desmilitarizada. "Em Minsk, assinamos um documento que diz que podemos realizar eleições livres em nossa terra. Não estabelecia nem datas nem formatos, também não estipulava com clareza que deveriam ser realizadas segundo a legislação ucraniana", comentou. 

Plotnitski, de 50 anos, foi o primeiro ministro da Defesa separatista em Lugansk. Em agosto, assumiu o cargo de líder da autoproclamada república popular.

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A Rússia manifestou nesta segunda-feira que respeita os resultados das eleições realizadas nas zonas controladas pelos rebeldes pró-Rússia em Donetsk e Lugansk. "Respeitamos a vontade popular dos habitantes do sudeste da Ucrânia. As eleições em Donetsk e Lugansk transcorreram, em geral, de maneira organizada e registraram uma grande participação", informou a Chancelaria russa em comunicado.

Na opinião de Moscou, "os representantes escolhidos receberam um mandato para o restabelecimento de uma vida normal em suas regiões". Agora, acrescenta, "é muito importante dar passos para estimular um diálogo entre as autoridades centrais e os representantes do Donbass (bacia mineradora de Donetsk e Lugansk) sobre a base dos acordos firmados em Minsk".

A Rússia se mostra "disposta a cooperar construtivamente" com a comunidade internacional "para a regularização da crise na Ucrânia". Desde o início, a Rússia manteve a opinião que as eleições nas zonas rebeldes permitirão aos insurgentes escolher democraticamente seus representantes nas negociações com o governo central de Kiev. 

Kiev considera as eleições ilegais, já que a lei de autogoverno que concede aos insurgentes três anos de autonomia já contemplava a convocação de eleições locais nas zonas rebeldes para o dia 7 de dezembro.

O Ocidente considera que as eleições separatistas colocam em perigo a aplicação dos acordos de Minsk, que contemplam, entre outras coisas, uma declaração de cessar-fogo e a criação de uma zona desmilitarizada.

A União Europeia (UE) considerou neste domingo (2) as eleições em Donetsk e Lugansk um "novo obstáculo no caminho rumo à paz" na Ucrânia, e ressaltou que o voto é "ilegal e ilegítimo" e portanto não será reconhecido.

A nova chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, afirmou em comunicado que estas autodenominadas eleições foram "contrárias à letra e ao espírito do Protocolo de Minsk", assinado por representantes do grupo de contato trilateral, e "obstruem os esforços para encontrar uma solução política sustentável à crise".

"Considero as 'eleições presidenciais e parlamentares' nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk um novo obstáculo no caminho rumo à paz na Ucrânia. O voto é ilegal e ilegítimo e a UE não o reconhecerá", ressaltou.

As eleições locais na Ucrânia, convocadas para 7 de dezembro pela legislação ucraniana, como estava previsto no acordo de Minsk, lembrou Mogherino, "são a via legal e legítima para renovar o mandato democrático das autoridades locais nestas partes da Ucrânia.

"Peço que todas as partes trabalhem a favor de eleições assim", sustentou a alta representante da UE, ao lembrar que as aspirações pela paz não podem ficar só nas declarações políticas. "Isso requer vontade política e boa fé. Espero que todas as partes reafirmem seu compromisso com o Protocolo de Minsk e atuem de maneira coerente para aplicá-lo plenamente em todos os seus temas", disse Mogherini.

A UE está comprometida a respaldar esses esforços e continuará trabalhando em favor de uma solução à crise na Ucrânia, acrescentou. "Peço que todas as partes a atuar em pleno respeito pela integridade territorial, a soberania, a independência e a unidade do país", concluiu. 

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