Shopping de Nairóbi tem tiros e explosões em quarto dia de combates
Governo chegou a anunciar ontem que o centro comercial estava totalmente controlado
Internacional|Do R7
As forças especiais quenianas seguiam combatendo nesta terça-feira (24) milicianos islamitas entrincheirados em um centro comercial de Nairóbi, no quarto dia de confrontos que deixaram ao menos 62 mortos, indicaram fontes de segurança. No início da madrugada, o governo local chegou a anunciar que havia retomado o controle do local.
A polícia queniana anunciou hoje que estava desativando explosivos colocados pelos islamitas no interior do edifício.
"Estamos desativando explosivos colocados pelos terroristas", declarou a polícia em uma mensagem publicada no Twitter, sem fornecer mais detalhes.
Mais cedo foram ouvidos tiros e explosões no centro Westgate. Por volta das 9h30 (hora local, 3h30 de Brasília), um jornalista da AFP ouviu disparos de armas automáticas que duraram cinco minutos, sem poder assegurar se procediam do interior do edifício.
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O ministério do Interior havia afirmado na segunda-feira (23) que o centro comercial, tomado pelos islamitas desde sábado (21), estava sob controle, mas fontes de segurança informaram à AFP nesta terça-feira que "um ou dois" milicianos permaneciam entrincheirados.
Além disso, em uma mensagem divulgada no Twitter, o grupo somali Al Shebab, que reivindicou o atentado, informou que ainda detinha reféns dentro do shopping.
"Os reféns detidos pelos mujahedines no interior do [shopping] Westgate ainda estão vivos, comovidos, mas vivos", escreveram hoje os membros da milícia radical islâmica, afiliada à rede terrorista Al Qaeda, em sua conta no Twitter.
Segundo as autoridades quenianas, três dos criminosos morreram nesta terça-feira.
O balanço provisório dos confrontos é de 62 mortos e um número indeterminado de desaparecidos, assim como de 200 feridos.
Um membro das forças especiais quenianas que participou dos combates explicou a dificuldade da intervenção, já que os criminosos se escondiam nas lojas do centro comercial, que estava isolado para impedir o acesso, inclusive dos jornalistas.
Os terroristas "queimaram colchões para desviar a atenção e tentaram fugir", disse o chefe do Exército do Quênia, o general Julius Waweru Karangi.
Segundo o Ministério do Interior, mais de dez suspeitos foram detidos para interrogatório.
Karangi também informou que os criminosos eram de "diferentes nacionalidades". Muitos combatentes estrangeiros, incluindo somalis com dupla nacionalidade, são membros do grupo Al Shebab.
Entre os criminosos integrantes da milícia, há dois ou três americanos e uma britânica, informou, por sua vez, a ministra queniana das Relações Exteriores, Amina Mohamed.
A britânica — que, segundo a ministra, teria participado em muitas ocasiões de ações armadas — foi identificada pela polícia como Samantha Lewthwaite, viúva de um dos terroristas suicidas dos atentados de 7 de julho de 2005 em Londres.
Já os americanos seriam "homens jovens, de 18 e 19 anos, de origem somali ou árabe, mas que vivem nos Estados Unidos, em Minnesota e em outro local", acrescentou a ministra em declarações à rede de televisão americana PBS.
O ataque foi reivindicado pela Al Shebab, em represália à intervenção militar queniana na Somália, que faz parte de uma missão de paz lançada no fim de 2011 pela União Africana.