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Talibãs capturam mais três capitais no Afeganistão

Kunduz, Sar-e-Pul e Taloqan caíram, neste domingo (8); em três dias, os insurgentes já tomaram quatro cidades no país

Internacional|Da AFP

Mais duas cidades estão sob controle do Talibã no Afeganistão
Mais duas cidades estão sob controle do Talibã no Afeganistão Mais duas cidades estão sob controle do Talibã no Afeganistão

Kunduz, Sar-e-Pul e depois Taloqan, todas no norte do Afeganistão, caíram, neste domingo (8), sob controle dos talibãs e se tornaram a terceira e quarta capitais provinciais tomadas pelos insurgentes em três dias.

Este é o avanço mais importante desde o início da ofensiva militar dos talibãs em maio, quando as forças estrangeiras presentes no Afeganistão começaram o processo de retirada do país.

"Após combates intensos, os mujahedines, pela graça de Deus, capturaram hoje a capital da província de Kunduz", anunciaram os talibãs em um comunicado. 

"Kunduz caiu. Os talibãs tomaram o controle de todos os edifícios importantes da cidade", afirmou um correspondente da AFP na cidade, que fica 300 km ao norte da capital Cabul e a 50 km da fronteira com o Tadjiquistão.

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Em Sar-e-Pul, "os talibãs cercaram um batalhão do exército nas proximidades da cidade e todas os demais prédios do governo estão sob controle talibã", declarou Mohamad Hussein Mujahidzada, membro do conselho da província de mesmo nome.

Mais tarde, os insurgentes se apoderaram de Taloqan, na província de Tajar.

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E um residente local, Zabihullah Hamidi, disse à AFP por telefone que viu as forças de segurança deixarem o local em um comboio de veículos. "O Talibã está em toda parte."

Nos últimos três meses, aproveitando a retirada das tropas estrangeiras, os talibãs assumiram o controle de enormes zonas rurais e concentram agora a ofensiva nas grandes cidades.

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Os insurgentes assumiram no sábado o controle da cidade de Sibargan (noroeste), capital da província de Jawzjan, um dia depois da tomada de Zaranj (sudoeste), capital da província de Nimroz, perto da fronteira com o Irã.

"É o caos total", afirmou Abdul Aziz, morador do centro de Kunduz que falou com a AFP por telefone.

Centro nervoso

No fim de junho, os talibãs conquistaram os distritos que cercam Kunduz e o importante posto de fronteira de Shir Khan Bandar, próximo do Tadjquistão, um centro nervoso para as relações econômicas com a Ásia central.

O ministério da Defesa afirmou que as tropas governamentais estavam tentando retomar zonas cruciais de Kunduz. "As forças de comando iniciaram uma operação de limpeza. Alguns lugares, como a rádio nacional e os edifícios da televisão, foram esvaziados", afirmou.

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"A queda de Kunduz é verdadeiramente importante, pois libertará um grande número de combatentes talibãs, que poderão ser mobilizados para outros lugares do norte", afirmou à AFP Ibraheem Thurial Bahis, consultor do International Crisis Group (ICG).

Nas redes sociais foram publicadas imagens no fim de semana do que pareciam ser prisioneiros talibãs libertados nas cidades que os insurgentes acabaram de assumir o controle.

Retorno ao passado

Muitos afegãos vivem com o medo do fantasma de um retorno ao poder dos talibãs, que governaram o Afeganistão entre 1996 e 2001, com a imposição de um severo regime islâmico, antes de sua expulsão por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos.

As tropas estrangeiras estão no país há quase duas décadas, desde a invasão liderada por Washington após os ataques de 11 de setembro de 2001.

O acordo assinado em fevereiro de 2020 em Doha pelos talibãs com o governo dos Estados Unidos, que prevê a retirada de todos os soldados estrangeiros do Afeganistão, impede - ao menos em tese - os insurgentes de executar ataques nas grandes cidades afegãs.

Mas diante dos avanços dos talibãs nas grandes cidades, as tropas dos Estados Unidos, que devem concluir a regirada do Afeganistão no fim de agosto, intensificaram os ataques aéreos.

"As forças americanas executaram nos últimos dias vários ataques aéreos para defender nossos parceiros afegãos", afirmou a comandante Nicole Ferrara, porta-voz do Comando Central do exército.

Esta semana, pouco antes do início da tomada das capitas provinciais, os talibãs reivindicaram o assassinato do diretor de comunicação do governo afegão, após uma advertência de que executariam operações contra altos funcionários em resposta à intensificação dos bombardeios.

Na quarta-feira, os insurgentes prometeram novas "operações de represália" contra nomes importantes do governo, após um ataque à residência do ministro da Defesa, o general Bismillah Mohammadi.

O ministro escapou ileso, mas oito pessoas morreram no atentado.

A rápida ofensiva talibã provoca preocupação internacional. Esta semana, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, a emissária das Nações Unidas para o Afeganistão, Deborah Lyons, pediu aos talibãs o "fim dos ataques contra as cidades".

Lyons pediu ainda ao Conselho que apresente uma advertência "inequívoca".

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