Comissão criada pela Câmara tem 40 dias para resolver polêmica entre taxistas e Uber
Grupo terá integrantes da BHTrans e da PM, além dos profissionais das categorias envolvidas
Minas Gerais|Do R7
Uma comissão será constituída para tentar resolver o impasse envolvendo taxistas de Belo Horizonte e o Uber, aplicativo de caronas pagas. O grupo será formado por membros da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transportes e Sistema Viário da Câmara Municipal, além de integrantes da BHTrans e das categorias envolvidas na polêmica e terá 40 dias para apresentar um projeto que solucione a polêmica. A decisão foi tomada durante reunião na manhã desta segunda-feira (10), no plenário do Legislativo.
A medida foi proposta pelo presidente da comissão, vereador Wagner Messias, o Preto (DEM) e aprovada por votação. Além dos vereadores, participaram do encontro membros da BHTrans, da Polícia Militar, taxistas e representantes do Uber. Os motoristas de táxi da capital mineira lotaram o Plenário Amynthas de Barros e protestaram gritando "Uber clandestino" diversas vezes. Além disso, os profissionais viraram de costas durante as declarações prestadas pelos integrantes do aplicativo.
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Em nota, a Uber "coloca-se à disposição para colaborar com a Comissão fornecendo informações, estudos sobre o impacto dessa alternativa de mobilidade em outras cidades do mundo e modelos de regulamentação que foram adotadas em outras cidades. Esperamos que toda a sociedade, incluindo os usuários do serviço da Uber e os motoristas parceiros sejam ouvidos".
Agressões
A discussão entre taxistas e profissionais do Uber já causou diversos episódios de agressão e confusões na capital mineira. O caso mais recente terminou ainda com um passageiro ferido. No Facebook, a jornalista Luciana Machado e o músico Marcel Telles relataram o ocorrido. Os dois deixavam um bar na rua Alberto Cintra, ponto de encontro movimentado na região nordeste da cidade, quando acionaram o Uber. "Assim que ele chegou nós entramos e um taxista já tentou impedir que ele desse a partida. Conseguimos sair, mas outros dois taxistas chegaram e cercaram o carro".
Fora do veículo, o casal foi atacado pelos motoristas. "Um segurou o Marcel praticamente com um mata-leão, enquanto os outros foram pra cima dele. Tentei segurar, empurrar, tirar, impedir de alguma forma que ele se machucasse, enquanto o Marcel se preocupava em nos proteger e saía no braço com os taxistas. Um deles disse que só não me bateu porque eu sou mulher".
Quando viram uma viatura da Polícia Militar que passava pelo local, os taxistas fugiram. A jornalista pediu ajuda aos policiais, mas afirma ter sido ignorada. Eles conseguiram, então, deixar a região e foram até uma companhia da PM para registrar boletim de ocorrência. Telles, que sofreu ferimentos no rosto, fez exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).