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Defesa usa carta psicografada em processo que absolveu réu de assassinato

Carta escrita em 1993 não foi lida em plenário e não influenciou jurados, segundo promotor

Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7*

Quatro jurados votaram pela absolvição no Fórum de Uberaba por considerar que houve legítima defesa
Quatro jurados votaram pela absolvição no Fórum de Uberaba por considerar que houve legítima defesa

Acusado de homicídio cometido em dezembro 1992, um homem foi inocentado pelo tribunal do júri nesta quinta-feira (20) em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A defesa de Juarez Guide da Veiga anexou ao processo uma carta supostamente psicografada por um médium, com mensagens da vítima, João Eurípedes Rosa, o "Joãozinho Bicheiro", em que o morto alega ter dado "motivos" para o crime passional acontecer.

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A carta não foi lida em plenário nem usada pela defesa em nenhum momento durante o julgamento, mas curiosamente defende a mesma tese do promotor, que pediu a absolvição: legítima defesa.

De acordo com o promotor Rafael Soares, a absolvição de Juarez da Veiga foi pedida aos jurados porque diversas provas no processo mostraram que ele agiu em legítima de defesa ao atirar em Rosa. Segundo o membro do Ministério Público, um recorte de jornal com a carta de duas páginas foi anexada aos volumes ainda em 1993 e não teve qualquer influência em sua postura ou nos argumentos levados aos jurados.


Apesar de cometido em 1992, o assassinato não prescreveu porque houve "marcos interruptivos" durante o recebimento da denúncia e a sentença de pronúncia, que confirmou a data do julgamento. A prescrição ocorreria em maio de 2014.

O juiz Fabiano Garcia Veronez não quis comentar o caso porque o processo ainda está em curso. O advogado de Veiga não atendeu às ligações da reportagem.


Segundo a denúncia, o crime foi cometido por motivos passionais. A ex de "Joãozinho Bicheiro" o trocou por Juarez Veiga. Ao vê-los juntos, Joãozinho teria se revoltado. Na psicografia, ele diz que ficou "dominado pelo ciúme e completamente à mercê do meu próprio despreparo espiritual", o que teria contribuído para o crime. Ainda de acordo com o documento supostamente ditado pelo espírito, Joãozinho mandou um recado à mulher: "Você tem uma vida inteira pela frente e muito o que fazer para criar e educar os nossos filhos".

* com informações da Agência Estado

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