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Denúncias alegam que prefeitura de BH quer "higienizar" a cidade para a Copa das Confederações

Com o apoio da polícia, fiscais da prefeitura estariam removendo moradores de rua

Minas Gerais|Do R7 MG, com Record Minas

"Não tenho medo da morte, mas de como ela vem", afirma jovem
"Não tenho medo da morte, mas de como ela vem", afirma jovem "Não tenho medo da morte, mas de como ela vem", afirma jovem

Movimentos sociais e instituições de defesa dos direitos humanos acusam a Prefeitura de Belo Horizonte de promover uma "higienização" na cidade, com vistas na Copa das Confederações.

Segundo o advogado Joviano Mayer, do Movimento das Brigadas Populares, houve um aumento das abordagens aos moradores de rua, com a apreensão de pertences pessoais feita por fiscais da prefeitura, com o apoio da Polícia Militar.

Uma moradora de rua que preferiu não ser identificada alega que assistiu a um colega ser algemado e jogado dentro de uma van pela polícia.

— Eles acham que nós somos a maçã podre, a ovelha negra, mas nós não somos. Nós estamos na rua não porque a gente quer, alguma coisa aconteceu. Se a gente está precisando da ajuda da prefeitura para sair, é numa boa, não "na marra", como eles estão fazendo.

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Para as pessoas em situação de rua, a atitude por parte do poder público é considerada comum, mas tem sido intensificada. Um idoso afirmou que teve todos os seus cobertores e pertences levados, e só ficou com a roupa do corpo.

Providências

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Maria do Rosário Carneiro, do Centro Nacional de Defesa do Morador de Rua, afirma que três denúncias de apreensão ilegal de objetos pessoais foram recebidas durante a última semana. Um dos casos foi levado à Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público.

Diversos movimentos sociais e instituições fizeram uma carta aberta à população, condenando as ações violentas contra as pessoas em situação de rua. Mayer lembra que a forma como o poder público lida com as minorias sociais reflete na própria sociedade.

— Quando o poder público tem uma postura violenta perante essas pessoas, isso favorece uma violência vinda da sociedade civil.

O advogado ainda afirma que remoções compulsórias a hospitais psiquiátricos têm acontecido, sem nenhum respaldo legal. Uma liminar da Justiça já teria sido expedida proibindo a Prefeitura de Belo Horizonte de recolher os objetos dos moradores de rua, e a esperança é de que a medida seja cumprida.

A Prefeitura de Belo Horizonte não quis gravar entrevista e, em nota, alegou que não retirou ninguém das ruas devido à Copa das Confederações.

Assassinatos

Segundo dados da Polícia Civil, 100 moradores de rua foram assassinados em Belo Horizonte nos últimos dois anos. Só em 2013, já foram 18 homicídios registrados.

Além dos assassinatos, as vítimas sobreviventes seguem com as sequelas dos atentados sofridos. Adão Lopes carrega parte do corpo queimada, depois de ter sido atacado por jovens enquanto dormia na rua.

Maria do Rosário afirma que medidas precisam ser tomadas.

— Se as pessoas que cometem esses crimes não forem punidas, se não houver uma forte investigação, claro que a tendência é essa violência aumentar.

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