Júri da Chacina de Unaí continua nesta quarta-feira com delação premiada
Sessão desta terça-feira (27) terminou após 12 horas; 13 pessoas foram ouvidas
Minas Gerais|Do R7
O primeiro dia de julgamento de Norberto Mânica e José Alberto de Castro, acusados de matar quatro servidores do Ministério do Trabalho no crime que ficou conhecido como "Chacina de Unaí", terminou na noite desta terça-feira (27) após o depoimento de 13 pessoas, entre testemunhas e informantes.
Foram quase 12 horas de trabalhos na sede da Justiça Federal, na região centro-sul de Belo Horizonte. Entre as testemunhas ouvidas estavam o delegado Wagner Pinto, que integrou a força-tarefa, composta pelo MPF (Ministério Público Federal), Polícia Federal e Polícia Civil, que investigou o crime à época.
Leia mais notícias de Minas Gerais no Portal R7
Experimente grátis: todos os programas da Record na íntegra no R7 Play
Também prestaram depoimento duas viúvas das vítimas e Erinaldo Vasconcelos Silva, que já foi condenado como o executor dos trabalhadores. Ele acusou Norberto Mânica de ser o mandante, juntamente com Hugo Pimenta e José Alberto.
A sessão vai continuar na manhã desta quarta-feira (28). Estão previstos os depoimentos do delegado da PF que desvendou o crime além da delação premiada do réu Hugo Pimenta. Ao todo serão ouvidas 34 testemunhas. O Ministério Público já adiantou que, apenas para Pimenta, serão feitas 400 perguntas.
Além de Norberto Mânica e José Alberto de Castro, outros dois réus serão julgados a partir da semana que vem. O ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, enfrentará o júri no dia 4 de novembro. O empresário Hugo Alves Pimenta conseguiu ter o processo desmembrado e será julgado separadamente, no dia 10 de novembro.
Relembre o caso
Em 28 de janeiro de 2004, os três fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros em uma emboscada em uma estrada de terra, próxima de Unaí, na região noroeste do Estado. Na ocasião, as vítimas faziam visitas de rotina a propriedades rurais.
O carro do Ministério do Trabalho foi cercado por homens armados, que mataram os fiscais à queima-roupa, ainda atados aos cintos de segurança. A fiscalização visitava a região devido à denúncias sobre trabalho escravo.
Apenas nove anos depois, o caso começou a ser julgado, em razão, principalmente, dos recursos interpostos por alguns dos acusados. No entanto, nenhum dos mandantes tinha sido julgado pelo crime.