Júri de acusados da "Chacina de Unaí" pode durar até sexta-feira
Primeiro dia da sessão começou por volta de 10h desta terça-feira (27)
Minas Gerais|Do R7 MG
Sob pedidos de "justiça" e frases de protesto, teve início por volta de 10h o julgamento de três acusados de envolvimento no caso conhecido como "Chacina de Unaí".Rogério Alan Rocha Rios, William Gomes de Miranda e Erinaldo de Vasconcelos foram recebidos por um grupo de auditores que protestavam em frente ao prédio da Justiã Federal na manhã de hoje (27). A previsão é que o júri dure até sexta-feira (30)
Depois de cerca de duas horas de sessão, o julgamento foi interrompido para intervalo e será retomado por volta de 13h. Os trabalhos devem continuar até 23h30.
O Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho) organizou um ato público em frente ao tribunal, que teve apoio do Sindifisco/MG (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais) e do AAFIT-MG (Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais).
Além da condenação dos réus, as entidades esperam que os mandantes, os irmãos Norberto Mânica e Antério Mânica, sejam julgados ainda este ano. A previsão é que a convocação para o júri popular ocorra no dia 17 de setembro.
Twittaço
Além da mobilização na porta da sede da Justiça Federal, o Sinait programou também uma manifestação nas redes sociais. Com as hashtags #chacinadeunaí e #quesejafeitajustiça, o sindicato promete pressionar as autoridades na internet.
Em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a diretora Ana Palmira Arruda Camargo denunciou que os auditores são frequentemente ameaçados no País.
— Não são raras as empresas que colocam um jornal com a notícia sobre a chacina de Unaí na mesa em frente aos fiscais.
A chacina
No dia 28 de janeiro de 2004, os fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram vítimas de uma emboscada em uma estrada de terra em Unaí, no noroeste de Minas. As vítimas foram mortas a tiros no momento em que faziam uma fiscalização de rotina na zona rural da cidade, localizada a cerca de 500 km da capital mineira.
Norberto Mânica é acusado de ser o mandante da chacina e Francisco Elder Pinheiro, que já faleceu, era apontado como o responsavél por ter contratado os pistoleiros que balearam os fiscais.