Justiça adia julgamento de fazendeiro acusado de chacina em Felisburgo
Audiência, que estava marcada para amanhã (15), ainda não teve nova data definida
Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7 MG
A Justiça decidiu adiar o julgamento dos dois réus acusados pelo crime que ficou conhecico como a "Chacina de Felisburgo", dentre eles, o fazendeiro acusado de ser o mandante do massacre, Adriano Chafik Luedy. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Fórum Lafayette. A determinação foi tomada depois que um dos advogados de defesa, Antônio Francisco Patente, deu entrada com o pedido na última segunda-feira (13).
Segundo o órgão, o juiz responsável pelo caso, Glauco Eduardo Soares Fernandes, considerou que é "inviável" que 60 testemunhas compareçam à audiência, que estava marcada para amanhã (15), já que estas pessoas participam hoje (14) de uma sessão na comarca de Jequitinhonha — cerca de 700km de BH.
Ainda de acordo com a assessoria do fórum, o juiz abriu vistas para o Ministério Público emitir parecer sobre o caso. O promotor Christiano Leonardo Gonzaga foi desfavorável à decisão. A nova data para o júri ainda não foi marcada.
Crime
Chafik é acusado pelo Ministério Público de comandar uma invasão ao acampamento "Terra Prometida" no dia 20 de novembro de 2004 em uma fazenda em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, quando, acompanhado por cerca de 15 homens fortemente armados, matou cinco integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), e deixou pelo menos 15 feridos, entre elas uma criança que, à época, tinha 12 anos.
O suspeito, que chegou a confessar o crime, responde ao processo em liberdade, bem como os outros réus na ação. Testemunhas chegaram a relatar que os integrantes do acampamento estariam sofrendo ameaças constantes.
Na tentativa de mobilizar a população e chamar a atenção para o julgamento, o MST promete reunir cerca de 2.000 pessoas na porta do Fórum Lafayette, nesta terça-feira (14). Uma marcha está prevista para partir da Praça Sete, no centro da cidade.