Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Justiça suspende despejo de famílias na região norte de BH

Ordem de reintegração de posse estava prevista para ser cumprida nesta quarta-feira

Minas Gerais|Thaís Mota, do R7

Cerca de 8.000 famílias vivem nas ocupações da região do Isidoro
Cerca de 8.000 famílias vivem nas ocupações da região do Isidoro Cerca de 8.000 famílias vivem nas ocupações da região do Isidoro

Uma decisão da Vara Cível da Infância e da Juventude suspendeu na noite de terça-feira (12) o despejo das 8.000 famílias que vivem em ocupações na região do Isidoro, no norte de Belo Horizonte. A ordem de reintegração de posse da área ocupada seria cumprida por oficiais de Justiça e pela PM (Polícia Militar) na manhã desta quarta-feira (13).

De acordo com a decisão, o juiz Marcos Padula determinou que o despejo das famílias não aconteça até que a Prefeitura de BH apresente um plano detalhado de alocação escolar de todas as crianças e adolescente residentes nas ocupações Vitória, Esperança e Rosa Leão. Além disso, o magistrado fixou um prazo de dez dias para a apresentação desse planejamento, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Em sua decisão, o juiz citou a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente e entendeu que os argumentos apresentados pelo Ministério Público são relevantes. Ainda segundo ele, o Poder Público deve assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade o direito à vida, saúde, alimentação e educação, entre outros, colocando-os a salvo de toda forma de negligência, violência, crueldade e opressão.

A suspensão temporária da operação de reintegração de posse na região do Isidoro também foi confirmada pela PM, que cancelou a entrevista coletiva marcada para às 5h desta quarta, uma hora antes do horário previsto para o início do despejo. Já a PBH informou que ainda não foi notificada da decisão da Justiça e só irá se pronunciar após o comunicado oficial.

Publicidade

Leia mais notícias no R7 MG

Outra ação do Ministério Público também aguarda julgamento na 6ª Câmara Cível do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). Neste recurso, a promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, Controle Externo da Atividade Policial, Apoio Comunitário e Questões Possessórias Urbanas Coletivas pede a suspensão definitiva da liminar de reintegração de posse sob argumento de inconsistências no processo que culminou na ordem de despejo.

Entre os vícios apontados pelas promotoras estão informações duvidosas sobre o limite das propriedades particulares e pública na região do Isidoro. Além disso, o MP apontou que parte do terreno ocupado está inserida em uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) e que parte das ocupações Vitória e Rosa Leão estão localizadas no município de Santa Luzia, na Grande BH, e o pedido de reintegração de posse movido pela PBH não abrange propriedades em outras cidades.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.