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Laudo da PC aponta série de erros na construção do Viaduto Batalha dos Guararapes

Uma das falhas é que o escoramento do elevado foi retirado de maneira inadequada

Minas Gerais|Thaís Mota, do R7

Alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou no dia 3 de julho
Alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou no dia 3 de julho Alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou no dia 3 de julho

Uma série de erros foi encontrada por técnicos da Polícia Civil na perícia realizada na alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou no dia 3 de julho deste ano, matando duas pessoas e deixando outras 22 feridas em Belo Horizonte.

De acordo com o documento, houve falhas na construção e no projeto que deu origem ao elevado. Até então, a perícia contratada pela construtora Cowan, responsável pela obra do viaduto, havia apontado apenas erros no projeto realizado pela empresa Consol.

Entretanto, segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, que teve acesso ao documento, a Polícia Civil concluiu também que houve problemas na execução do projeto. Além disso, a Cowan teria alterado o projeto original com a inclusão de novas janelas na superestrutura do viaduto.

— Essas janelas não foram responsáveis pela queda, mas contribuíram porque elas não foram fechadas durante o processo de protensão [técnica utilizada para a aumentar a resistência das estruturas] do viaduto, ao contrário do recomendável.

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Ainda segundo Nepomuceno, houve negligência durante a retirada do escoramento, que teria sido feito de maneira inadequada.

— Na verdade, não era para ter retirado o escoramento porque a superestrutura já dava sinais de que havia algo errado e aí, quando essa sustentação foi retirada, o viaduto inevitavelmente caiu.

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O documento aponta ainda responsabilidade da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) que não teria fiscalizado a obra e também não teria revisado o projeto da Consol, que foi enviado à Cowan com um erro de cálculo em relação à quantidade de aço necessária para sustentação do elevado.

Entretanto, até o momento, nenhuma das partes foi indiciada e o relatório da perícia ainda está sob análise do delegado responsável pelo caso. A previsão da Polícia Civil é de que o inquérito só seja concluído em dezembro deste ano. O órgão também informou que não irá se posicionar sobre as informações do laudo que vazaram à imprensa.

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Já a Sudecap e a Cowan informaram que não irão se pronunciar sobre a perícia oficial porque ainda não tiveram acesso ao relatório. A Consol enviou uma nota à imprensa reafirmando que houve alterações no projeto feito pela empresa e apontando a retirada do escoramento e a abertura de janelas como alguns dos erros que podem ter levado à tragédia.

Acordo 

Na tarde desta terça-feira (16), representantes da Cowan, da Consol e da Sudecap vão participar de uma reunião junto ao promotor Eduardo Nepomuceno na sede do Ministério Público de Minas Gerais. Segundo o promotor, o encontro tem como objetivo negociar um acordo entre as partes.

— Vamos tentar um acordo com as partes sobre a reconstrução do viaduto, mas isso se houver interesse da Sudecap na obra. Se não houver, a reunião será uma tentativa de acordo para reparação do dano.

Até o momento, todos os custos de demolição e remoção dos escombros da alça sul, da implosão da alça norte e limpeza da avenida Pedro 1º e da hospedagem de moradores da região em hotéis da capital mineira estão sendo pagos pela construtora Cowan.

Em relação à possibilidade de construção de um novo viaduto, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a prioridade é a "conclusão do procedimento de demolição para viabilização o mais rapidamente possível a abertura da via para o trânsito de veículos e pedestres. No momento, não há nenhuma previsão de outra intervenção no local".

O presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais, Frederico Lima revelou parte do laudo à Record Minas:

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