O sonho de um trabalhador rural deu lugar às lagrimas e ao sofrimento. Hélio Costa de Araújo afirma ter sido vítima de trabalho escravo durante cinco meses em uma fazenda na zona rural de Campanha, no sul de Minas Gerais.
— Você acorda seis horas da manhã e não tem hora para parar. É de domingo a domingo, debaixo de chuva e sol.
O lavrador, natural de Nova Serrana, no centro-oeste do Estado, resolveu ir para a região “tentar a sorte” e juntar dinheiro para comprar uma motocicleta. Ele diz que foi contratado pelo dono da fazenda, identificado como Paulo Alves Lima, em um posto de combustíveis de Varginha, no sul de Minas. A situação encontrada no local era precária.
— A comida você come porque está com fome.
Segundo Araújo, mais quatro trabalhadores eram escravizados na propriedade. Cansados da humilhação sofrida, ele e mais dois resolveram fugir e relatar o caso. A denúncia chegou ao gerente regional do trabalho da cidade.
Mário Ângelo Vitório afirmou que um dossiê será feito e encaminhado à Procuradoria da República.
Fiscais do Ministério do Trabalho foram até a propriedade para apurar o caso, mas ninguém foi encontrado no local.
Segundo gerente regional, há pelo dez anos a fazenda é alvo de fiscalização por causa de denúncias de trabalho degradante.