O deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), dono do helicóptero apreendido com 445 kg de cocaína em uma fazenda no Espírito Santo, pode ser convocado a se explicar formalmente sobre o caso ao próprio partido, o recém-criado Solidariedade. O piloto da aeronave é funcionário de Perrella e, por sua indicação, trabalhava na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.Leia mais notícias no R7 Minas O líder da legenda na Câmara Federal, Fernando Francischini, pede o afastamento de Perrella enquanto a Polícia Federal investiga a apreensão recorde de drogas. — Fiz o pedido de afastamento à executiva do partido. Esperamos que a PF o isente de qualquer participação, mas o partido não pode ficar sangrando publicamente dessa maneira enquanto isso. Fernando Francischini aponta contradições de Perrella ao negar que sabia do transporte. — Ele primeiro diz que não tinha autorizado o voo. Quando a polícia o confronta com a mensagem do piloto, ele admite que sabia. Isso causa constrangimento. Não estamos pré-julgando ninguém, mas ele precisa apresentar sua defesa. Em nota, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, afirmou que não vai tomar decisões "com base em reportagens". Segundo a nota, "tendo em vista que o parlamentar mineiro figura unicamente como proprietário da aeronave e testemunha do episódio, não sendo sequer investigado, o partido aguardará a conclusão da investigação sob pena de promover julgamento sumário."Abadia e Beira Mar Francischini, o líder do partido de Perrella na Câmara, ironicamente, é delegado da Polícia Federal com atuações em operações anti-drogas. Ele foi um dos policiais responsáveis pelas prisões do megatraficante colombiano Juan Carlos Abadia e Fernandinho Beira Mar.Investigação na Assembleia O piloto Rogério Antunes, funcionário da empresa de Gustavo, trabalhava na Assembleia Legislativa de Minas Gerais há um ano por indicação do próprio Perrella. Além disso, o helicóptero era abastecido com dinheiro público. Após o escãndalo, a Assembleia proibiu o uso de verba indenizatória para abastecimento de aeronaves e exonerou o piloto, que também foi demitido da empresa. A conduta do deputado vai ser investigada pela Comissão de Ética, que pode até perder o mandato.