Mãe de menina morta a chineladas pelo pai alega que também era agredida pelo companheiro
Mãe de menina morta a chineladas pelo pai alega que também era agredida pelo companheiro
Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7 MG
A mãe da menina de um ano e um mês Sofia Gabriele de Jesus, morta pelo pai a chineladas em Montes Claros, no norte do Estado, alegou em depoimento que também era agredida pelo companheiro, Maicon Douglas Duarte Gomes, de 19 anos. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Bruno Rezende, a menor, que tem 15 anos, afirmou que tentou impedir a violência contra a filha, mas acabou sendo agredida pelo suspeito.
Testemunhas e familiares do casal serão ouvidos durante a tarde desta terça-feira (28). O delegado explica que o objetivo é apurar casos de violência ocorridos anteriormente entre a família. Ele quer verificar qual foi a participação da mãe da criança no crime.
— De qualquer forma ela foi omissa, né? Mas precisamos confirmar se ela realmente era agredida, até que ponto estava em situação de vulnerabilidade e se a família sabia o que acontecia.
Rezende ressalta ainda que quer investigar por que a família do casal não interveio de "forma mais contundente", para trabalhar em cima do que poderia ter sido feito para evitar a morte da menina. A adolescente está solta e foi entregue aos cuidados de familiares.
Brincadeira motivou violência
De acordo com as investigações, as agressões começaram depois que o pai perdeu a paciência com uma brincadeira da filha. Ele teria usado um chinelo para bater na menina, que sofreu traumatismo craniano, lesões na costela e diversas escoriações pelo corpo.
O casal foi detido no início da manhã da última segunda-feira (27), pedindo socorro. Eles afirmaram que a criança havia caído da cama.No hospital, no entanto, a médica que atendeu a menina constatou o óbito e explicou que ela tinha vários ferimentos característicos de maus-tratos. Ao ser confrontada, a mãe do bebê acabou confessando os fatos.
O jovem, que é usuário de drogas e já foi preso por porte ilegal de arma de fogo, ainda é suspeito de participação em um homicídio na cidade. Ele nega o crime e mantém a versão inicial de que tudo não passou de um acidente doméstico.