Médicos recebem R$ 790 mil por plantões inexistentes em Passos (MG)
Dois secretários e dois servidores foram presos em operação do MP
Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7
Dois secretários municipais e dois servidores da Prefeitura de Passos, no sul de Minas, foram presos em uma operação do Ministério Público com a Polícia Civil por suspeita de envolvimento em um esquema de pagamento de plantões para médicos que não tinham trabalhado o horário lançado no registro.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Saúde de Passos aponta que médicos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) teriam adulterado o registro de plantões e recebiam como se tivessem trabalhado. O prejuízo do esquema aos cofres públicos é de R$ 790 mil em dois anos.
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Foram presos temporariamente Gilberto Lopes Cançado, secretário de Administração, Dickson Helinton de Castro, secretário de Saúde, Ildefonso Medeiros Filho, ex-diretor da UPA e Wagner Diniz Caldeira, assessor. Eles foram levados para o presídio da cidade e prestaram depoimento como investigados. O diretor a secretária da UPA foram afastados do cargo.
Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão e recolheram 2.000 dólares, 2.000 euros e 14 volumes de documentos.
Os investigadores tentam identificar os nomes dos médicos e outros servidores com participação na fraude.
Além dos pagamentos fraudados, o MP aponta que a prefeitura teria coagido os servidores a devolver os recursos. Em nota, a Prefeitura de Passos "nega que tenha havido coação de médicos e afirma que alguns dos envolvidos assinaram o acordo espontaneamente" depois que as secretarias de Administração e Saúde descobriram a fraude e aponta que enviou ao MP o teor da investigação interna para colaborar com as apurações.
Os suspeitos podem responder por corrupção passiva, peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Os advogados dos secretários e servidores envolvidos nas denúncias não foram encontrados pela reportagem para esclarecer as denúncias.