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MPF denuncia sócio do Verdemar e funcionário de construtora por trabalho escravo 

Operários eram mantidos em alojamentos precários no Jardim Canadá, em Nova Lima

Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7

Irregularidades foram flagradas em obras para a loja em Nova Lima, segundo o MPF
Irregularidades foram flagradas em obras para a loja em Nova Lima, segundo o MPF

O Ministério Público Federal denunciou um dos donos do supermercado Verdemar e o administrador da Construtora Línea, responsável por obras na empresa, por submeter 53 trabalhadores em condição análoga à escravidão e aliciamento dos operários. O gerente de RH do Verdemar e um empregado da construtora vão responder pelo aliciamento dos trabalhadores. O supermercado, que possui seis lojas em BH e Nova Lima, nega as irregularidades. A decisão do MPF foi divulgada nesta segunda-feira (31). A Justiça Federal recebeu a ação.

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Segundo a denúncia, 40 contratados da construtora e 13 do supermercado eram mantidos em alojamentos precários no Jardim Canadá, em Nova Lima, na Grande BH. Halisson Ferreira Moreira, empresário sócio do Verdemar, teria autorizado a ida do gerente Leandro de Souza Pinho até o Estado de Sergipe para recrutar os operários. O administrador da construtora, Elmar José Coutinho, fiscalizava as obras diariamente e teria acertado aliciamento com o empresário. A contratação em Japaratuba (SE) era feita através do funcionário Benedito dos Santos Andrade.

Na chegada a BH, os funcionários eram mantidos em alojamentos sem vaso sanitário e lavatório nem tinham acesso a água potável - uma torneira com água da rua era o único modo de beber água. De acordo com a denúncia do MPF, não eram fornecidos lençois, travesseiros e cobertores. O refeitório não era separado do local das obras, motivo pelo qual ficava sempre alagado e sujeito a poeira.


Para o MPF, Hallisson Ferreira tinha pleno conhecimento das condições, tanto que quando surgiram denúncias de uso de drogas e relações sexuais nos alojamentos, alugou uma casa próxima que também não atende à legislação.

As penas para manter trabalhadores em condição análoga à escravidão variam de 2 a 8 anos de prisão para cada trabalhador; o crime de aliciamento tem pena prevista de 1 a 3 anos de reclusão para cada atingido.


Em nota enviada à reportagem, o Verdemar discorda das denúncias. "A Organização Verdemar não concorda com as afirmações e o caso está entregue aos cuidados do Escritório de Advocacia Sérgio Bermudes."

Nenhum representante da Construtora Línea foi encontrado.

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