Uma jovem de 21 anos denuncia ter sido estuprada por dois intercambistas que estudaram na mesma escola de negócios de Belo Horizonte onde estudou o francês indiciado nesta semana por outro caso de estupro de vulnerável. A dupla, segundo a mulher, também é francesa.
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A possível vítima, que preferiu não se identificar, perdeu o medo de falar sobre o assunto e acionou a reportagem após a Polícia Civil indiciar Skender Huna, de 24 anos, na última quarta-feira (3).
“Eu guardei esse caso durante todo esse ano e, ao ver que as meninas tinham denunciado [Huna] e estava tendo essa repercussão, me trouxe todos os sentimentos que eu senti na época”, detalhou.
A jovem conta que foi abusada em abril de 2022. Segundo a brasileira, ela conheceu os estrangeiros no dia do suposto crime, em uma boate da Savassi, na região centro-sul da cidade. O grupo saiu do local e foi para outra festa, mas os europeus teriam a levado para o apartamento onde moravam. O abuso teria ocorrido quando a jovem foi descansar em um dos quartos.
“Não me lembro muito boa. Eu estava alcoolizada. Lembro-me deles falarem que queriam nos conhecer mais, ter relação sexual comigo e minhas amigas, mas eu não entendia bem porque falavam inglês”, descreve.
“Eu estava sentindo o meu corpo pesado e disse que queria dormir. Eles viram que eu estava inconsciente dos meus atos e não queria fazer nada. Mesmo assim, insistiram. Um deles parou pouco tempo depois que eu pedi, mas o outro continuou até finalizar. Eu entrei em pânico quando entendi o que aconteceu”, relata a denunciante.
Na época, jovem acionou a polícia e registrou um boletim de ocorrências, passou por exame médico e tomou medicamento indicado para vítimas de estupro. Ela também procurou a Skema, escola onde os intercambistas estudavam.
“Eles falaram que não poderiam fazer nada por mim, porque eu não era aluna da instituição, mas informaram que iriam expulsar os dois alunos”, relatou a jovem sobre o retorno da escola.
A vítima também lembra que recebeu ligações dos estudantes, após denunciar o caso. “Eles tentaram se explicar sobre o que tinha acontecido e diziam que não havia ocorrido nada. Disseram que eu estava inventando tudo e que eu não tinha me machucado”, conta. “Espero que essas pessoas sejam penalizadas pelo crime que cometeram”, clama a jovem.
Procurada, a escola informou que o conselho expulsou os alunos por outras razões em abril do ano passado, na mesma época do caso. A Polícia Civil ainda não informou à reportagem se o suposto crime foi investigado. A reportagem não localizou a defesa dos suspeitos.