O namorado da jovem de 22 anos suspeita de matar a própria filha recém-nascida, em Janaúba, no norte de Minas, alegou que não notou que a mulher estava em trabalho de parto. O rapaz, que não teve o nome divulgado, foi ouvido pela Polícia Civil e, até o momento, não há provas de que ele tenha envolvimento no crime. A criança foi achada morta dentro da bolsa da mãe.
Durante o depoimento, ele afirmou que tem certeza que a menina é sua filha. Ele contou ainda que foi à uma festa com a namorada e os dois retornaram para casa por volta de 23h da última quarta-feira. Em seguida, foram dormir em locais separados. Já por volta de 2h, o homem chegou a acordar ao ouvir a companheira gemendo no banheiro. Ela contou que estava tendo contrações, mas tomou um remédio e ambos voltaram para a cama. Já por volta de 7h, ele encontrou uma mancha de sangue no banheiro e acionou o Samu para socorrer a jovem.
Questionado, ele argumentou ainda que não chegou a ver o que tinha acontecido e foi informado por uma funcionária da casa que a placenta da jovem estaria saindo. Ainda de acordo com o rapaz, ele não acompanhou a namorada dentro da ambulância no trajeto até o hospital.
Entenda
O caso aconteceu na última quinta-feira (17). A jovem chegou Hospital Fundajan dizendo que tinha sofrido um aborto espontâneo aos cinco meses de gestação. Os profissionais, no entanto, desconfiaram da história, já que a placenta correspondia à uma gravidez de nove meses. A garota não sabia dizer onde estava o corpo da criança e ainda se recusava a se separar de uma bolsa de couro, chegando a utilizar o objeto como encosto de cabeça no leito em que estava deitada.
Testemunhas relataram que uma secretária que acompanhava a jovem tinha visto o recém-nascido e os médicos conseguiram convencer a paciente a entregar a bolsa. Lá dentro, acharam o corpo do bebê, que pesava 2,815 kg. A criança apresentava sinais de violência no pescoço, com marcas de dedos e unhadas.
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Inquérito
Conforme a Polícia Civil, a suspeita já recebeu alta e foi encaminhada ao presídio de Janaúba. Ainda segundo a corporação, a mãe passará por exames psicológicos para definir se o assassinato pode ter sido motivado por sintomas provocados pela fase puerperal, que se inicia logo após o parto. Caso este fatos seja comprovado, a jovem deverá responder por infanticídio. No entanto, se os exames chegarem à conclusão de que ela estava lúcida, a delegada deverá indiciar a suspeita por homicídio. O laudo da necropsia atestou que a criança não morreu na barriga da mãe.