"Não temos condição", diz prefeito de BH sobre reajuste salarial maior para a educação
Categoria entrou em greve pedindo nova negociação do valor; segundo sindicato, 60% dos servidores aderiram à paralisação
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7, com Record Minas
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), afirmou que o município não tem condições de oferecer uma nova proposta de aumento salarial para os servidores da educação, que estão em greve.
Segundo o chefe do Executivo municipal, a cidade não tem orçamento para oferecer um reajuste acima do já proposto pela prefeitura. A declaração foi feita na tarde desta segunda-feira (19), durante entrevista ao Balanço Geral Minas, da Record Minas.
"Apresentamos aos professores quatro propostas, que só melhoraram. Eles [servidores da educação] não apresentaram nenhum recuo. Demos neste período, 100% da inflamação. Neste ano, além da inflação do período, estamos dando uma adiantamento de 2% do que poderá ser a inflação do ano que vem", comentou Fuad Noman.
"Nós já negociamos com todas as categorias e eles [servidores da educação] estão puxando a corda achando que a prefeitura vai recuar. Nós não temos condições de recuar porque não temos condições de pagar mais que isso", justificou o prefeito ao destacar que a categoria não poderia ter "tratamento diferenciado" dos demais servidores. "Se eu tivesse condição de aumentar [a proposta], teria que aumentar a de todas as categorias de novo", completou.
A paralisação começou na última quinta-feira (15). O Sind-REDE/BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte) informou que a adesão ao movimento é de 60%. O grupo questiona o reajuste de 8,04% sugerido pela prefeitura, divididos em três parcelas, sendo a última paga em janeiro de 2025.
Neste sábado (17), o TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), a pedido da Prefeitura, decidiu pela suspensão imediata da greve. Em caso de descumprimento, o desembargador Wilson Benevides determinou o pagamento de uma multa diária de R$ 100 mil.
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Nesta segunda-feira, a categoria anunciou a continuidade do movimento e que irá acionar a Justiça para reverter a decisão. Professores, bibliotecários e assistentes administrativos se juntaram em frente à prefeitura durante a manhã em protesto.
O calendário de reposição das aulas perdidas pelos estudantes durante o período da paralisação, segundo o sindicato, vai ser divulgado após a conclusão da greve. Uma assembleia prevista para esta terça-feira (20) vai definir os rumos do movimento.
"Nosso piso salarial hoje é maior que o piso do governo federal. os professores recebem no fim do ano um bônus quando sobre dinheiro do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] e nós demos no ano passado", declarou o prefeito.
Entrevista com Fuad Noman
Durante a entrevista ao Balanço Geral Minas, Fuad Noman ainda comentou sobre as obras de contenção de enchente para o período chuvoso, o avanço da dengue na cidade e fez um balanço sobre o Carnaval 2024. Assista à íntegra: