Professor da UFMG denunciado por assédio sexual processa alunos
Ele pede R$ 26.500 por danos morais e que seu nome não seja citado por Centro Acadêmico
Minas Gerais|Do R7
O professor do Departamento de Antropologia e Sociologia da UFMG que foi denunciado em outubro de 2013 por assediar alunas sexualmente, Francisco Coelho dos Santos, está processando por danos morais o Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS). Quatro alunos, representantes da entidade, são o alvo da ação judicial.
Segundo o CACS, o professor diz no processo que eles teriam agido como um “milícia política”. O docente pede uma indenização de R$ 26.500 e que o Centro Acadêmico jamais fale sobre ele, estando sujeito a multa, ainda de acordo com o Centro Acadêmico.
Nesta terça-feira (17), acontece a primeira audiência de conciliação das partes. No mesmo dia, às 11h30 estudantes do curso de Ciências Sociais vão realizar um ato na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafich) em apoio ao CACS. Segundo a secretária do Centro, Fernanda Maria Caldeira, que está entre os processados, o CA não fez a denúncia sozinho.
— Não foi só o Centro que acusou o professor. Agimos em proteção aos estudantes, nós os representamos. No processo ele não cita as pessoas que depuseram contra ele, nem as assinaturas contra ele.
Na época em que o caso veio à tona, cerca de 100 ex-alunos fizeram um abaixo-assinado pelo afastamento de Francisco Coelho da universidade. Além disso, estudantes da disciplina em que o estopim aconteceu também fizeram um documento com aproximadamente 30 assinaturas. Por outro lado, ex-alunos e professores saíram em defesa do docente.
A reportagem do R7 não conseguiu entrar em contato com Francisco Coelho até o fechamento da reportagem.
Entenda o caso
Em outubro do ano passado alunos do curso de Ciências Sociais denunciaram o professor Francisco Coelho por assédio sexual depois que o docente teria dito em sala de aula para uma estudante que gostaria de "vê-la na horizontal". Por causa da denúncia, foi aberta uma sindicância contra o professor que foi finalizada em janeiro deste ano. O ex-Diretor da Fafich, Jorge Alexandre Barbosa enviou o resultado da sindicância para a procuradoria da universidade no início de fevereiro. O laudo diz que não houve assédio sexual, porém, foi constatado que houve “falta de urbanidade” ou seja, indelicadeza, no comportamento do docente.
O caso de Francisco Coelho ainda está sendo analisado pela Comissão de Ética da UFMG, de acordo com assessoria de imprensa da universidade. O prazo para análise é até dia 11 de abril. Dependendo do resultado, poderá ser aberta uma Comissão Administrativa Disciplinar para decidir qual será a penalidade para ele; podendo variar desde uma advertência, até a suspensão do professor, segundo o atual direto da faculdade, Fernando Filgueiras.
* Com colaboração da estagiária Laura Marques