O viaduto Montese, na avenida Pedro I, em Belo Horizonte, teve parte da estrutura preenchida com areia onde deveria receber cimento. A conclusão é do Ministério Público, que investiga responsabilidade civil da prefeitura e das construtoras Cowan e Consol. A Cowan, que fez a obra, ainda não se manifestou sobre a acusação.
A partir do desabamento do viaduto Batalha dos Guararapes, que matou duas pessoas e feriu 23 durante a Copa do Mundo na mesma avenida, o MP ampliou as investigações para os demais viadutos do complexo e apurou que todos eles apresentaram problemas.
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O próprio viaduto Montese ficou interditado durante nove meses em 2014 para a correção do erro.
Segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, o deslocamento de 30 centímetros ocorreu pelo uso inadequado de areia. A informação consta em relatório da RCK Consultoria.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Nepomuceno explicou que a empreiteira Cowan sabia exatamente o que fazia ao preencher a estrutura com areia no lugar de cimento.
— No Montese, o projeto do encontro não estava pronto pela Consol, ou se extraviou, e não chegou à Cowan. A própria cowan o elaborou e por conta e risco fez o enchimento da estrutura com areia. Posteriormente, em razão do deslocamento da estrutura, a empresa foi chamada para fazer a revisão, pois se verificou que areia não é o material adequado por conta de sua movimentação.
Depois do erro, a Prefeitura de BH chamou outras empresas para verificar o conserto e a conclusão é que o problema foi resolvido.
— A gente tem que agradecer porque não houve dano a ninguém. É importante para a investigação porque não se limita ao Guararapes, mas também às portas das estações que não estavam funcionando, contratação de vigilantes e aos outros viadutos, pois todos apresentaram problemas.