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Corais atingidos por petróleo devem levar milhares de anos para se recompor, diz especialista

Segundo professora da UFRPE, recuperação dos manguezais pode levar décadas, dependendo do grau de contaminação. Na última semana, 489 toneladas de óleo foram recolhidas em Pernambuco.

Folha de Pernambuco|

Segundo professora da UFRPE, recuperação dos manguezais pode levar décadas, dependendo do grau de contaminação. Na última semana, 489 toneladas de óleo foram recolhidas em Pernambuco.
Segundo professora da UFRPE, recuperação dos manguezais pode levar décadas, dependendo do grau de contaminação. Na última semana, 489 toneladas de óleo foram recolhidas em Pernambuco. Segundo professora da UFRPE, recuperação dos manguezais pode levar décadas, dependendo do grau de contaminação. Na última semana, 489 toneladas de óleo foram recolhidas em Pernambuco.

Depois de quase 50 dias de vazamento de petróleo cru no litoral nordestino, não se sabe ainda, com precisão, a extensão total dos danos causados ao meio ambiente. Enquanto o foco das ações emergenciais é a limpeza superficial das praias e a contenção da entrada de óleo nos estuários dos rios, onde ficam os mangues, especialistas alertam que a recuperação dos manguezais pode levar décadas, dependendo do grau de contaminação. No caso dos recifes de coral, mesmo se for retirado todo o óleo, a regeneração deve durar centenas de milhares de anos.

Na última semana, período mais crítico do vazamento em Pernambuco desde o fim de agosto, 489 toneladas de óleo foram recolhidas em 24 pontos, incluindo praias e estuários, do Litoral Sul do Estado. Quase toda essa quantidade foi retirada das partes mais visíveis da faixa de areia e da área mais rasa do mar. O problema causou a morte de 74 animais, entre eles tartarugas e peixes. Em Pernambuco, foram duas tartarugas, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com a professora de Gestão e Impacto Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Soraya El-Deir, apesar da limpeza que tem sido feita, o grau de contaminação vai muito além do que já foi retirado. Levando em conta que o óleo tenha vazado a uma distância de 600 a 700 quilômetros da costa, em águas internacionais, segundo estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é provável que o óleo tenha chegado às praias pelas correntes frias mais ao fundo do oceano, o que torna o poluente mais difícil de ser detectado em alto-mar.

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“Quando chega perto da costa, onde as correntes são quentes, esse petróleo vai para a superfície. Uma parte vai chegar aqui à costa. Além disso, partículas dessa massa de óleo vão se dispersando nas águas. Trata-se de um material altamente inflamável, volátil, com potencial cancerígeno”, afirma a pesquisadora. “O que foi limpado é o mais visível e palpável. O solo, a água, os animais estão contaminados. Temos que contar com o grau de resiliência dos ecossistemas”.

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Essa capacidade de se recuperar varia em cada ecossistema e dificilmente será total, dependendo do quanto de petróleo for possível retirar. Segundo El-Deir, o ecossistema mais vulnerável e que levará mais tempo para se regenerar são as barreiras de corais. “Os recifes têm inúmeras espécies extremamente sensíveis e um crescimento muito lento. Se houver impacto, eles morrem e vão se recompondo. Essa constituição leva centenas de milhares de anos”, revela.

Já os manguezais, mais resistentes a alterações biológicas, podem ser restaurados em um período entre 20 e 30 anos. “Se o petróleo impregnar nas raízes e caules das plantas, o protocolo mais radical diz que a gente deve retirar essa vegetação completamente comprometida para poder aumentar a capacidade regenerativa [do ecossistema]”, explica a especialista.

Para retirar o poluente e, assim, acelerar essa recomposição, é necessário que as ações de limpeza e proteção sejam coordenadas a partir de estudos científicos nas áreas afetadas. “Acredita-se que esse material tenha sedimentado para o fundo e ele vai permanecer nesses locais liberando substâncias tóxicas. É preciso alinhar as ações dos gestores públicos com as pesquisas nas universidades para tentar minimizar e ver os caminhos que temos para recompor esses ambientes”, comenta o botânico Luiz Costa, coordenador do curso de Ciências Biológicas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

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