7 de Setembro: manifestantes tentam invadir desfile na av. Presidente Vargas e PMs reagem com bombas
Houve prisões e ao menos nove feridos; uma criança está entre as vítimas
Rio de Janeiro|Do R7
Centenas de manifestantes tentaram invadir a área isolada para a realização do desfile cívico de 7 de Setembro, por volta das 10h deste sábado (7), e foram contidos por policiais militares, que lançaram bombas de gás lacrimogêneo, usaram spray de pimenta e dispararam balas de borracha. Pelo menos 12 pessoas foram presas, segundo a PM. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nove vítimas deram entrada no hospital Souza Aguiar até o meio-dia. Entre os feridos estão uma criança de seis anos, que sofreu escoriações leves na cabeça e já recebeu alta, quatro atingidos por bala de borracha e uma por estilhaço.
Logo que o tumulto começou, pessoas que se aglomeravam para assistir ao desfile correram em direção às estações de metrô. Segundo o MetrôRio, três dos quatro acessos à estação Central do Brasil foram fechados por precaução.
As arquibancadas montadas ao longo da avenida Presidente Vargas para acomodar cerca de 4.000 pessoas foram rapidamente esvaziadas. O desfile, porém, seguiu sem alterações no trajeto, sob proteção de uma imensa barreira policial.
Mais cedo, pelo menos cinco pessoas foram detidas por desacato e por se recusarem a retirar as máscaras que usavam. Uma jovem e um rapaz se machucaram em um princípio de tumulto.
Nova confusão
Às 11h40, manifestantes iniciaram nova marcha pela rua Uruguaiana. Black Blocs se misturaram a integrantes do movimento Grito dos Excluídos, que ocorre todo dia 7 de setembro desde 1995. O protesto ocorria de forma pacífica até o meio-dia, quando policiais lançaram duas bombas de gás lacrimogêneo e foram atacados com pedras portuguesas por mascarados.
Cerca de cem policiais militares, com reforço do Batalhão de Choque, acompanhavam a manifestação. Às 12h20, um rapaz foi detido após jogar uma latinha de cerveja contra uma viatura da polícia.
Os manifestantes levavam cartazes pedindo a saída do governador Sérgio Cabral e também com a pergunta que tem se feito presente em todas as manifestações: "Onde está o Amarildo?". O ajudante de pedreiro sumiu em 14 de julho, após ser abordado por PMs na Rocinha.