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Ambulância de plano de saúde demora 9 horas e paciente morre por falta de transferência em UPA

Nesta terça-feira (26), o Procon Estadual autuou Unimed-Rio e Unimed Norte/Nordeste

Rio de Janeiro|Do R7

Mãe de dois filhos, Mariana Perdomo estava no Rio para visitar a família
Mãe de dois filhos, Mariana Perdomo estava no Rio para visitar a família Mãe de dois filhos, Mariana Perdomo estava no Rio para visitar a família

A família de Mariana Perdomo dos Santos, de 33 anos, acusa o plano de saúde Unimed-Rio de negligência após a morte da auditora fiscal no dia 18 de janeiro, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Bangu, zona oeste do Rio.

Mariana, que morava em Salvador e estava visitando a família na capital fluminense, deu entrada na unidade de saúde por volta das 11h30 com parada cardiorrespiratória. Após estabilização do quadro clínico, a equipe médica solicitou transferência da auditora para uma unidade com UTI. Mariana era cliente da Unimed Norte/Nordeste. 

Leia também: Unimed é condenada a pagar R$ 110 mil por negligência em morte de jovem

A família afirma que o pedido foi feito ao plano de saúde por volta de 12h e que o convênio deu prazo de até três horas para Mariana ser transferida.

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A Unimed afirmou ter conseguido vaga de internação para a auditora no Hospital do Carmo, no centro do Rio. Ao notar a demora na chegada da ambulância do plano de saúde, a família de Mariana entrou em contato com a Unimed para informar que eles poderiam pagar para que a transferência fosse feita por uma ambulância particular. Entretanto, a Unimed informou que Mariana só poderia sair da UPA em uma ambulância do plano, senão ela perderia a vaga no hospital. Com medo de atrasar a transferência de Mariana e prejudicá-la, com a perda da vaga, a família aguardou a ambulância da Unimed, que só chegou à UPA por volta das 21h40 do dia 18 de janeiro. Mariana morreu por volta das 21h.

Em nota, a Unimed-Rio afirmou que o primeiro contato da família foi feito às 14h e que, depois disso, "fez contato com seu prestador terceirizado que realiza essas remoções. Todo o processo de envio de ambulância é monitorado pela operadora [Unimed], que, ao identificar a demora para a chegada ao local, fez uma série de contatos com o prestador, tendo este informado que o recurso estava a caminho".

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Em nota enviada ao R7, o plano de saúde afirma que "abriu um processo interno para apurar o ocorrido, sobretudo pela não observação do prazo estabelecido entre a cooperativa e o prestador de serviço para o envio da ambulância, e informa que irá tomar as medidas cabíveis a partir disso". Sobre a proibição de transferência de Mariana em ambulância particular, a Unimed afirma que "não existe qualquer orientação nesse sentido e que a vaga para a internação estava assegurada a partir do momento em que foi localizada pela sua Central de Regulação, independentemente de o transporte ser feito por seu prestador terceirizado ou um outro eventual terceiro contratado pela família".

Nesta terça-feira (26), o Procon Estadual autuou a Unimed-Rio e Unimed Norte/Nordeste pelo atraso no atendimento de Mariana. De acordo com o órgão, o caso é considerado "um descaso com o direito do consumidor, que acabou gerando um fato irreversível". As operadoras de plano de saúde terão 15 dias úteis, contados a partir do recebimento da notificação, para apresentar defesa. Caso o prazo não seja cumprido ou os argumentos não sejam aceitos, a Unimed terá que pagar multa.

*Lola Ferreira, do R7 Rio

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