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Após obter ajuda de tropas federais, Rio continua com UPPs em alerta

O Exército já está preparado para reocupar o Alemão e a Penha, onde permaneceu por dois anos

Rio de Janeiro|com R7

A base da UPP da Mandela foi incendiada na quinta-feira
A base da UPP da Mandela foi incendiada na quinta-feira

As UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio continuarão em estado de alerta durante todo o fim de semana após os ataques em série da última quinta-feira (20). Policiais militares que estavam de folga e de férias foram acionados para reforçar o patrulhamento nas comunidades pacificadas.

A partir da próxima semana, o Rio deverá começar a receber a ajuda de tropas federais, conforme ficou acordado em uma reunião entre o governador Sérgio Cabral e a presidente Dilma Rousseff. A cúpula do Exército no Rio já está preparada para uma possível ordem para ocupação de favelas.

Fontes dizem que o mais provável é que os militares retornem aos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, onde já atuaram por quase dois anos antes da implantação das oito UPPs da região. Levantamentos sobre o terreno e condições meteorológicas já começaram a ser feitos. Quartéis operacionais foram colocados de sobreaviso.

Cinco baleados


Pelo menos seis pessoas foram feridas, cinco delas baleadas, durante a onda de ataques de traficantes a quatro UPPs na zona norte do Rio na quinta-feira. Entre os baleados está o capitão Gabriel Toledo, comandante da UPP Manguinhos. Tudo começou por volta das 17h30, quando PMs da UPP Manguinhos entraram em choque com um grupo de pessoas que voltou a ocupar imóveis na avenida Leopoldo Bulhões que já haviam sido esvaziados para a continuidade das obras de reurbanização da comunidade.

Depois de retirados, os manifestantes seguiram para a vizinha favela do Mandela, onde atacaram PMs com pedras. Aproveitando-se da confusão, traficantes arremessaram coquetéis molotov em cinco contêineres e em duas viaturas da UPP (uma picape Nissan e um Logan), que pegaram fogo e ficaram completamente destruídas. O soldado Ramos foi ferido por uma pedrada na cabeça. Levado ao Hospital Getúlio Vargas, foi medicado e liberado.


Ao mesmo tempo, em Manguinhos, PMs se depararam com um "bonde" de traficantes da maior facção criminosa do Rio que havia saído da Vila Kennedy (em Bangu, zona oeste), recentemente ocupada para futura instalação da 38ª UPP. Os bandidos estavam em três vans. Eles se encontrariam com comparsas de Manguinhos (ligados à mesma facção) para invadirem o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, controlado pela facção rival ADA. O "bonde" atirou contra os PMs, que revidaram. Houve intensa troca de tiros.

Foi nesse confronto que o comandante da UPP foi baleado na virilha. Ele foi levado ao Hospital Federal de Bonsucesso, e depois transferido para o Hospital Central da PM. O oficial foi operado e passa bem. Após o tiroteio, dois homens baleados, que seriam moradores de Manguinhos, deram entrada no Hospital Salgado Filho. Valdeir Nunes Souza, de 51 anos, ferido na coxa esquerda; e Robson Evangelista Cristovão, de 36, atingido na perna direita. Outras duas pessoas baleadas deram entrada na UPA de Manguinhos: Anderson Barros de Barros, de 19 anos, atingido nas costas, e Carlos Alberto Silva Junior, de 20, ferido no peito. Ele foi transferido para Hospital Federal de Bonsucesso.

Para se aproveitarem da confusão em Manguinhos e na vizinha Mandela, traficantes da maior facção criminosa do Rio decidiram atacar a tiros outras duas UPPs em favelas controladas pelo grupo: Camarista Méier (no Complexo do Lins) e Nova Brasília (Complexo do Alemão). Houve confronto com policiais, mas sem registro de feridos. Ninguém foi preso. Na Camarista Méier, um ônibus foi incendiado.

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