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Caso Amarildo: polícia espera resultado de exames de 8 corpos no Rio

Divisão de Homicídios continua buscas por corpo do ajudante de pedreiro da Rocinha

Rio de Janeiro|Do R7

Após conclusão de inquérito, polícia continua buscas por corpo
Após conclusão de inquérito, polícia continua buscas por corpo Após conclusão de inquérito, polícia continua buscas por corpo

A DH (Divisão de Homicídios), responsável pelas investigações do caso Amarildo, aguarda resultado de exame de DNA de oito corpos no Estado do Rio. Após concluir inquérito, que aponta envolvimento de dez PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha no desaparecimento do ajudante de pedreiro, o delegado Rivaldo Barbosa disse que as buscas pelo corpo continuam.

A Justiça do Rio decretou na sexta (4) a prisão dos dez PMs, acusados de torturar, matar e ocultar o corpo de Amarildo Dias, desaparecido desde 14 de julho. Eles aguardarão julgamento detidos no BEP (Batalhão Especial Prisional), em Benfica (zona norte).

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Os investigadores ouviram 133 pessoas e obtiveram na Justiça autorização para grampear os celulares dos policiais acusados. Segundo a DH, o crime foi uma tentativa de reverter o fracasso da Operação Paz Armada na comunidade, que tinha como objetivo prender traficantes e apreender armas e drogas.

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Um informante dos PMs, que está agora sob o Programa de Proteção de Testemunhas, disse a eles que Amarildo tinha a chave de um paiol. Como a ação policial não havia feito apreensões, Amarildo foi torturado pelos PMs para que indicasse a localização desse depósito de armas, de acordo com as investigações.

Depoimentos ao Ministério Público apontam que outras 22 pessoas foram torturadas por agentes da UPP da Rocinha. Esse documento foi anexado ao inquérito policial encaminhado à Justiça. Segundo essas testemunhas, as sessões de tortura aconteciam no Parque Ecológico da Rocinha, onde fica a sede da UPP. Elas disseram que os PMs usavam técnicas de sufocamento e choques elétricos para encontrar drogas e armas. A delegada Elen Souto disse que, entre as técnicas, estavam o uso de saco plástico na cabeça, choques elétricos no corpo molhado e ingestão de cera líquida.

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Segundo ela, os PMs acusados partiram da sede da UPP com a missão de sequestrar Amarildo e levá-lo ao encontro do comando. Ele foi levado para a sede da UPP da Rocinha no dia 14 de julho. Legalmente, ele teria de ser conduzido para uma delegacia — essa foi a primeira das muitas irregularidades verificadas.

Amarildo estava em um bar com outras quatro pessoas. Entretanto, só ele foi abordado e, apesar de ter apresentado documento de identificação, foi detido, conforme mostrou câmera de segurança do local. O delegado Rivaldo Barbosa disse que, na ocasião, ele foi chamado pelo apelido de Boi.

— Uma testemunha ouviu o soldado Vital falando para o Amarildo: 'Boi, perdeu. Chegou a tua hora'.

Na versão dos PMs, Amarildo teria sido liberado após a suposta averiguação e seguido para casa por uma escadaria. Mas, uma câmera que funciona no local não confirma a versão.

Marcos Espínola, advogado dos PMs, procurou minimizar as investigações e negou envolvimento dos clientes no crime.

— Não há provas precisas que os policiais militares tenham participado de qualquer evento criminoso. Na realidade, o que há são indícios. A denúncia do MP é vaga, não diz a participação de cada no evento.

Tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio, o major Edson Raimundo dos Santos, ex-comandante Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha; o tenente Luiz Felipe de Medeiros, ex-subcomandante da UPP; o sargento Jairo da Conceição Ribas; e os soldados Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinicius Pereira da Silva, Anderson Cesar Soares Maia, Wellington Tavares da Silva, e Fabio Brasil da Rocha Graça. A magistrada também recebeu a denúncia do Ministério Público e abriu processo penal contra os policiais pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

Assista à reportagem:

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