Caso Jandira: Justiça nega liberdade a suspeitos de envolvimento em morte
Jandira foi encontrada carbonizada após morrer em clínica de aborto
Rio de Janeiro|Do R7
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou pedido de liberdade a dois suspeitos de envolvimento na morte de Jandira Magdalena, em agosto passado.
O corpo de Jandira, encontrado carbonizado em 27 de agosto, foi enterrado após exame de DNA comprovar a identidade. Jandira foi levada a uma clínica clandestina de aborto. A morte teria se dado durante o procedimento.
Dois dos suspeitos, que teriam alugado a casa onde ocorreu o aborto, entraram com pedido de habeas corpus, que foi negado pelo desembargador Luiz Zveiter, da 1ª Câmara Criminal do TJ-RJ.
Mônica Gomes Teixeira e Marcelo Eduardo de Medeiros são suspeitos dos crimes de aborto, homicídio qualificado, quadrilha e ocultação de cadáver. Esta é a segunda vez que o TJ-RJ nega habeas corpus aos acusados. Outros dois suspeitos também estão presos por envolvimento na morte de Jandira.
A decisão baseia-se na investigação da polícia que aponta Medeiros como a pessoa que alugava o imóvel para a realização dos abortos, local para onde foi levada Jandyra, tendo pleno conhecimento disso. Já Mônica, companheira de Marcelo, participava da quadrilha como recepcionista da clínica clandestina.
“Ao contrário do que alega a defesa, o inquérito policial não se limita à elucidação do crime de aborto, mas, principalmente, ao de homicídio qualificado, delito este considerado hediondo, praticada contra uma de suas clientes, que teria se submetido a procedimento de aborto, bem como o de associação criminosa. Além disso, resta clara a imprescindibilidade da segregação cautelar para resguardar as investigações, eis que deve ser preservada a integridade das testemunhas e colheita de provas”, afirmou, em seu voto, o desembargador–relator .
Falso médico
Carlos Augusto Graça de Oliveira, suspeito de atuar como falso médico na clínica, se entregou à polícia na quarta-feira passada (1º). No entanto, ele não pode ficar preso em virtude da lei eleitoral, que impede cumprimento de mandados de prisão cinco dias antes das eleições.
O suspeito prestou depoimento na Delegacia de Campo Grande (35ª DP) e foi liberado. O Disque-Denúncia oferecia R$ 1.000 de recompensa por pistas que levassem à prisão de Carlos Augusto Graça de Oliveira.
O falso médico era o único que ainda estava desaparecido desde o começo das investigações. Foram presos Marcelo Eduardo Medeiros, Mônica Gomes Teixeira, Rosemere Aparecida Ferreira e Vanuza Vais Baldacine.