A suspeita da polícia de que Jandira dos Santos Cruz esteja morta foi reforçada após depoimento da motorista da clínica de aborto que se entregou na delegacia de Campo Grande (35ª DP), na zona oeste oeste do Rio, na noite de segunda-feira (15). Conforme publicação do jornal O Dia, nesta quarta-feira (17), Vanuza Vais Baldacine afirmou aos investigadores que Jandira morreu na clínica clandestina.
Quando começava a detalhar as informações sobre o destino da vítima, a mulher, que era considerada foragida após mandado expedido pela Justiça do Rio, decidiu se manter em silêncio.
Segundo agentes responsáveis pelo caso, Vanuza teria sido reconhecida pelo ex-marido de Jandira como a motorista do veículo que levou a auxiliar administrativa para a clínica clandestina.
Na última sexta-feira (12), a polícia prendeu dois suspeitos de ligação com o desaparecimento de Jandira. Marcelo Eduardo de Medeiros e Mônica Gomes Teixeira seriam integrantes da quadrilha que mantinha clínica de aborto em Campo Grande, na zona oeste do Rio, onde, supostamente, a jovem esteve antes de desaparecer, em 26 de agosto.
Um dia antes, Rosemere Aparecida Ferreira e o ex-marido dela, o policial civil Edilson dos Santos, foram os primeiros presos após o desaparecimento de Jandira.
Rosemere contou na 35ª DP que se assustou com a repercussão do caso na imprensa e tentou fugir. Ela assumiu que negociou com a moça para que ela fizesse um aborto na clínica em Campo Grande, mas que não acompanhou o procedimento médico, conforme revelou o delegado Hilton Alonso.
— Ela negociou o aborto, foi realizado o aborto, foi o último aborto feito [naquele dia]. Ela efetuou o pagamento de toda sua equipe e se retirou do local. Posteriormente, ela ficou sabendo por uma comparsa — que eu não vou citar o nome agora — de que ocorreu um problema, só que a sua comparsa não entrou em detalhes. E, logo depois, desapareceu e não teve mais contato.
O delegado Hilton Alonso descreveu a rota de fuga feita por Rosemere na última semana.
— Quando ela soube pela mídia do fato ocorrido, ela resolveu se evadir e, inicialmente, se escondeu em Resende. Depois foi para Angra dos Reis, onde foi detida.
A clínica onde Jandira teria feito o aborto passou por uma perícia da Polícia Civil. Foram encontradas manchas de sangue.
A Polícia Civil investiga se um corpo carbonizado encontrado em Guaratiba, também na zona oeste do Rio, pode ser de Jandira. Maria Ângela dos Santos, mãe da vítima, cedeu na quarta-feira passada (10) material genético para realização de exame de DNA para identificação do corpo.
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