Chefe do tráfico da Cidade de Deus é preso durante operação na Maré
Deco é suspeito de participar dos confrontos que ocorreram na CDD no fim de dezembro
Rio de Janeiro|Do R7
Agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) prenderam, na manhã desta sexta-feira (2), o traficante Edvanderson Gonçalves Leite, conhecido como Deco, durante operação no Complexo da Maré. O suspeito, de 51 anos, foi encontrado dentro de uma casa na comunidade Nova Holanda, segundo informou a PM.
A operação desta manhã na Maré deixou ao menos dois feridos. Um deles foi um cabo da PM que foi atingido na perna e levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, onde passa por exames. Um homem também foi atingido no ombro durante o tiroteio e levado para a mesma unidade médica. Segundo a direção do hospital, ele está fora de perigo.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, por causa da operação, 11 escolas, três creches e sete EDIs (Espaços de Desenvolvimento Infantil) ficaram fechados hoje. Ao todo, as unidades atendem 5.427 alunos.
Deco já havia sido preso no ano passado pela DCOD (Delegacia de Combate às Drogas), em Campina Grande, na Paraíba, e foi solto em julho deste ano após conseguir um habeas corpus.
Na semana passada, a polícia já havia feito operações nas comunidade da Cidade de Deus e do Complexo da Maré em busca de nove suspeitos de participarem dos confrontos da favela da zona oeste no último dia 19. Segundo as investigações, nove pessoas que participaram dos confrontos foram identificadas e indiciadas. Entre os suspeitos estava Deco, que seria responsável por comandar o tráfico de drogas na região, de acordo com a Polícia Civil.
De acordo com a Polícia Civil, notou-se um aumento considerável no arsenal de armas na comunidade e o traficante teria colocado em prática um plano de expansão territorial.
Além de Deco, os suspeitos que tiveram a prisão decretada são: Wagner Andrade Da Silva (vulgo Galé); Carlos Henrique dos Santos (vulgo Carlinhos Cocaína); Leandro de Souza Santos (vulgo Butuca); Luiz Augusto Ribeuiro Vilhena (vulgo Tomé); Weverton Rodrigo Gonçallves França (vulgo Rd); Leonardo Martins da Silva Júnior (vulgo Pula-Pula); Marcos Vinicius de Oliveira (vulgo Vinicinho da 13); e Jardel Teixeira de Oliveira (vulgo Jardel).
De acordo com o promotor de Justiça Bruno Lavorato, "o grupo impõe ordens e restrições aos moradores da comunidade, se valem de armas e diversos meios de intimidação, além de inibirem o trabalho contínuo da polícia, instituindo verdadeiro poder paralelo alheio aos poderes do Estado".