Foi preso nesta quinta-feira (18) Edson Silva de Souza, conhecido como Orelha, suspeito dde comandar o tráfico de drogas no Complexo do Alemão. A prisão ocorreu durante a Operação Urano, deflagrada durante a madrugada com objetivo de cumprir 41 mandados de prisão preventiva de traficantes que atuam nas comunidades Nova Brasília, Fazendinha e comunidades vizinhas. A ação conjunta é comandada pela Polícia Civil, Subsecretaria de Inteligência e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público.
Segundo denúcia do Gaeco oferecida à Justiça, os suspeitos são responsáveis por ataques à ônibus e à uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Durante a ação, 21 pessoas foram presas e 4 quatro menores apreendidos. A Seseg (Secretaria de Segurança Pública) informou que não houve confrontos. A ação conta com 300 policiais civis além de agentes do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais).
De acordo com o MP, as investigações começaram há oito meses na delegacia do Complexo do Alemão (45ª DP). Segundo o trabalho, uma facção determinou reações violentas em retaliações às ações policiais e prisões realizadas em outras operações.
Para a Polícia Civil, os traficantes que permaneceram na comunidade após a instalação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) recrutavam menores de idade e pessoas sem anotação para atuarem nas ações violentas e na venda de drogas. Além disso, eles acompanhavam e monitoravam o deslocamento dos PMs pela comunidade, o que dificultava a prisão de traficantes.
Morte de comandante de UPP completa uma semana
Na semana passada, o comandante da UPP Nova Brasília, Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos, morreu após ser atingido por um tiro no tórax durante um confronto com suspeitos de tráfico de drogas no Complexo do Alemão.
O policial militar chegou a ser levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro cirúrgico. Após o ocorrido, o policiamento foi reforçado no conjunto de favelas.
Uanderson da Silva era casado, tinha uma filha e estava na Polícia Militar havia 11 anos. Ele trabalhou nos batalhões de Bangu, Duque de Caxias e Irajá, antes de assumir o comando da UPP Nova Brasília, três meses atrás.
O capitão foi o sétimo PM de UPP morto neste ano, mais do que o dobro do ano passado, quando houve três mortes de policiais em favelas pacificadas. Em 2012, foram registradas quatro mortes de PMs em áreas com UPP. Antes disso, nenhum agente havia morrido nas comunidades desde que as Unidades de Polícia Pacificadora foram implantadas, em 2008. Relembre os casos.