Uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (24), pretende cobrar um posicionamento das autoridades com relação as casas ocupadas pela Polícia Militar no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Os moradores denunciam que desde fevereiro, várias residências estão sendo usadas como postos de observação por homens da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília. Relatos, vídeos e fotos foram enviados ao Defezap, canal que recebe denúncias de abusos de autoridade. A partir da denúncia dos moradores, os casos começaram a ser investigados.
– O impasse se arrasta há mais de dois meses. Não houve novas invasões, mas as casas tomadas em fevereiro continuam sendo utilizadas pelos policiais, que montam vigilância um dia numa, outro dia noutra, segundo relatos que nos chegaram. Os moradores se sentem inseguros, reféns de uma situação não resolvida – explicou o ouvidor-geral da Defensoria, Pedro Strozenberg.
No encontro desta segunda, vão participar representantes da Defensoria Pública do Rio, das Comissões de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) e da Câmara Municipal, além de movimentos sociais que atuam no Complexo do Alemão. Segundo a Defensoria, a audiência é mais uma tentativa de buscar uma solução junto ao MP (Ministério Público) e a secretarias estaduais e municipais do Rio.
– A iniciativa partiu de grupos do Alemão e foi encampada pela Assembleia e pela Câmara Municipal. É a primeira vez que uma audiência pública das duas casas legislativas é sediada pela Defensoria, o que só reforça nossa legitimidade e compromisso – continua o ouvidor-geral.
A defensora do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos Livia Casseres vai presidir a audiência pública, que contará também com a presença dos presidentes das Comissões de Direitos Humanos da Alerj, deputado Marcelo Freixo (Psol), e da Câmara, vereador Reimont (PT). Em nota, a Defensoria informou ainda que autoridades do Governo do Estado foram convidadas, dentre estas o secretário de Segurança Pública e o comandantes da PM. Os moradores do Alemão, inclusive os que tiveram suas casas ocupadas, devem participar do debate.
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