Moradores do Complexo do Alemão realizaram um protesto na noite desta quinta-feira (2) após a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de dez anos. O menino foi baleado na cabeça na porta de casa, na localidade do Areal. Outras três pessoas morreram na comunidade. O protesto durou cerca de 30 minutos, os moradores levaram velas acesas em forma de protesto
Renato Moura / Voz das Comunidades
Um vídeo postado nas redes sociais mostra o desespero de familiares e vizinhos após a morte da criança. Eduardo atingido na cabeça aparece caído em uma escada da comunidade. Veja o vídeo A Polícia Civil informou que foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Eduardo. Os policiais militares envolvidos na ação serão chamados para prestar depoimento e as armas foram apreendidas para confronto balístico
Velas foram acendidas em homenagem às vítimas da comunidade. Desde a quarta-feira (1º), quatro pessoas morreram no Complexo do Alemão durante troca de tiros entre policiais militares e traficantes. Durante a madrugada desta quinta-feira (2), o policiamento foi reforçado na região. Um carro blindado e cinco veículos do Batalhão de Choque faziam ronda na estrada do Itararé
A família de outro rapaz morto no Alemão acusa policiais da autoria do disparo e de impedir socorro à vítima. Já a PM diz que ele estava armado e que atirou contra os agentes. A família nega envolvimento do rapaz com o tráfico. Segundo parentes que preferiram não se identificar, Matheus Gomes Lima, de 18 anos, foi baleado pelos PMs em um beco próximo à rua Canitar por volta das 19h
Renato Moura / Voz das Comunidades
A mãe de Eduardo de Jesus disse que, no momento em que foi atingido, seu filho estava sentado na porta de casa, de costas para a rua, e segurava apenas um telefone celular. Assista à entrevista dela
Rede Record
José Ferreira, pai de Eduardo, disse que foi acusado de ser bandido pelo PM que teria matado seu filho. Ele levou ao estúdio do Balanço Geral RJ seu contracheque e sua carteira de trabalho assinada. — Antigamente a gente era alvo de bandido. Agora virou ao contrário: estamos sendo alvo de polícia.