Na madrugada da última sexta-feira (12), a produtora Ninna Mandin foi com amigos a uma festa no Jockey Clube da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Essa foi a primeira vez que a jovem saiu após flagrar, em vídeo, o ex-noivo Rafael Hermida agredindo suas duas cadelas, Gucci e Victória, há cerca de quatro meses. Porém, a noite que poderia ter sido animada terminou com a produtora agredida e com um corte no supercílio.
De acordo com Ninna, a casa noturna estava cheia e, ao tentar sair de uma área aberta para uma fechada, viu o empresário, tentou ignorá-lo, mas foi surpreendida por Hermida, que segurou seus punhos pedindo para conversar com ela.
— Começou a falar que eu tinha que ouvir ele, que ele tinha que se explicar. Eu comecei a gritar desesperada para ele me soltar, porque eu não queria ouvir nada. Ameacei chamar a segurança e aí eu o empurrei. Depois do empurrão, ele já me agrediu e eu caí desacordada.
Ninna só se deu conta da agressão ao chegar à enfermaria. Ela diz que, após a divulgação do caso na imprensa, testemunhas procuraram por ela e disseram que a viram sentada no chão “olhando para o além”, já com o rosto sangrando. Uma amiga da vítima teria tentado impedir uma segunda agressão do empresário quando ouviu uma ameaça.
— Ele começou a gritar pra ela: ‘Manda ela [Ninna] abrir o olho, vai ter revanche’.
Após a agressão, Ninna disse que a segurança de seu condomínio foi reforçada e que os familiares estão em pânico. Ela pensa em contratar uma empresa de segurança particular. A produtora também afirmou que está há dias sem sair de casa e que, desde que houve a agressão contra suas cachorras, ficou mais reclusa.
— Depois de quatro meses sem sair de casa eu pensei: ‘Preciso ter minha vida de volta’. Aí eu saio, dou de cara com ele e acontece tudo isso. E o que vai acontecer daqui pra frente? Eu não vou pode sair da minha própria casa, vou ter medo de encontrar com ele na esquina, no supermercado, na farmácia, no shopping...
Ninna disse ao R7 que já entrou com pedido de medida restritiva e aguarda a decisão da Justiça. Segundo a Polícia Civil, Hermida deve ser ouvido na delegacia da Gávea (15ª DP), onde o caso foi registrado, até o fim desta semana.
Empresário alega “legítima defesa”
De acordo com o advogado Vicente Donnici, que defende Hermida no caso, a confusão teria começado após Ninna ter “partido para cima” ao vê-lo com uma outra mulher no evento.
— A Carolina, visivelmente embriagada, parece ter se incomodado e foi para cima dele com arranhões e tapas. Rafael inclusive tem marcas dos arranhões que sofreu.
Segundo Donnici, Hermida teria empurrado a jovem para se defender dos tapas que ela estava dando nele e alegou “legítima defesa”.
— Para interromper, ele a empurrou e ela caiu no chão e se cortou. Ele não sabe com que ela se cortou, se foi ele que ocasionou isso, mas no dia seguinte ele ligou para ela, que disse: “Depois que você me empurrou, eu bati no chão e cortei o supercílio”. Foi legítima defesa.
Segundo Ninna, essa versão é “irreal” e afirmou que a desculpa é “sem fundamento”. A jovem disse que, no caso da agressão às cachorras, ele teria dito que agrediu os animais por elas se comportarem mal e por ter ciúmes delas com a dona, o que, para ela, contradiz os ciúmes que ele diz ter motivado a agressão.
Agressão de animais
Rafael Hermida já foi processado por Ninna após ser flagrado agredindo as cadelas da jovem. Ela desconfiou do comportamento das cadelinhas Gucci e Victória, e colocou uma câmera escondida que registrou toda a agressão sofrida pelos bichinhos.
O vídeo foi assistido mais de 250 mil vezes na época que foi divulgado, em fevereiro deste ano. Segundo informações da Agência Estado, Hermida não apareceu às duas audiências marcadas no Juizado Criminal. Ninna informou que o caso deve ser julgado à revelia.