Justiça decreta prisão preventiva de PMs suspeitos de torturar e matar Amarildo
Dez PMs respondem pelo crime, incluindo o ex-comandante da UPP da Rocinha
Rio de Janeiro|Do R7
A 35ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou no fim da tarde desta sexta-feira (4) a prisão preventiva dos dez policiais militares acusados de torturar e matar o pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha, zona sul do Rio. O Ministério Público encaminhou nesta sexta-feira à Justiça a denúncia contra os suspeitos.
Todos os PMs envolvidos já se apresentaram no quartel-general da Polícia Militar, no centro do Rio de Janeiro, e vão responder pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. São eles Edson dos Santos, que é ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, Luiz Felipe de Medeiros, Jairo da Conceição Ribas, Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinícius Pereira da Silva, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva e Fábio Brasil da Rocha.
Amarildo está desaparecido desde 14 de julho. A prisão preventiva foi decretada porque, segundo a Justiça, a liberdade dos suspeitos poderia atrapalhar o andamento do processo. “A prisão cautelar se faz necessária e é a única medida adequada não só em razão da gravidade concreta dos delitos imputados, quanto pelas condutas dos acusados no curso das investigações, o que pode, como já fundamentado, atrapalhar o decorrer da instrução criminal”, está escrito na decisão.
De acordo com o inquérito encaminhado pela Polícia Civil ao Ministério Público, Amarildo morreu após ser torturado na Rocinha. Ele seria o responsável por prestar pequenos serviços ao tráfico de drogas na comunidade e não teria resistido a agressões cometidas por policiais militares.
No dia do desaparecimento do pedreiro, a polícia fez uma megaoperação de combate ao tráfico. Amarildo foi levado para averiguação na sede da UPP e nunca mais apareceu. Policiais Militares disseram que ele foi liberado no mesmo dia, mas as câmeras de segurança da região não registraram o homem saindo da UPP. O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios, diz ainda ter esperanças em encontrar o corpo.
Nesta sexta (4), os dez PMs indiciados tinham sido transferidos da UPP da Rocinha para a DGP (Diretoria Geral de Pessoal) da Polícia Militar.