O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou nesta terça-feira (6) quatro médicos do hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, pelo homicídio culposo — quando não há intenção de matar — de Ana Carolina Domingos Cassino, de 23 anos. A farmacêutica morreu em agosto de 2014 após esperar 21 horas por uma cirurgia de apendicite. Na denúncia, o promotor Claudio Varela afirma que o cirurgião-geral responsável pela cirurgia, José Luiz de Souza Varela, estava de plantão no dia da internação de Ana Carolina mas não estava no hospital. Ele teria marcado a cirurgia para o dia seguinte à internação da jovem. O promotor ressalta que o cirurgião marcou a cirurgia sem avaliar a paciente. Outros dois denunciados, Mauricio Assed Estefan Gomes e Marcus Vinícius Botelho do Couto, teriam retirado os tubos de Ana Carolina após a cirurgia, contrariando a ordem do cirurgião-geral. Ana Carolina morreu de parada cardiorrespiratória após ser retirada dos tubos. O quarto denunciado é Luiz Antônio de Almeida Campos, diretor médico do hospital. O promotor afirma que ele teria agido com negligência ao não disponibilizar um cirurgião que diagnosticasse os pacientes.Relembre o caso Ana Carolina Domingos Cassino, de 23 anos, morreu no dia 17 de agosto após esperar 21 horas para uma cirurgia de apendicite. Diagnosticada no dia 15 de agosto, a jovem só teve a cirurgia agendada para o dia 17 de agosto, mesmo com fortes dores. Segundo familiares, Ana Carolina começou a sentir dores na barriga na manhã do dia 15 de agosto. Por volta de 13h40, deu entrada na unidade de pronto-atendimento da Unimed, também na Barra, e, após exames, foi diagnosticada às 18h. Somente às 23h, a jovem foi transferida para o hospital, e a cirurgia foi marcada para 15h do dia 16 de agosto. Às 13h, entretanto, a farmacêutica apresentou piora no quadro e precisou ser reanimada. A cirurgia terminou às 17h30 e Ana Carolina foi levada para o Centro de Terapia Intensiva. Às 5h do dia 17 de agosto, a jovem morreu.. De acordo com o atestado de óbito, ela teve um "choque séptico", um termo médico para infecção generalizada. No fim do ano passado, Ana Carolina se casaria com o noivo, Leandro Nascimento Farias, de 24 anos. Ele afirmou, na época, que apesar de Ana Carolina se contorcer de dor, o hospital particular não categorizou seu caso como grave. — Ela ganhou um adesivo amarelo, o que significa que ela precisava de cuidados mas não era tão urgente. Enquanto esperávamos, ela se contorcia de dor. Segundo os familiares, eles buscaram informações com o chefe do CTI do hospital. O médico teria dito que, de acordo com os exames e a idade da jovem, a cirurgia poderia ser feita em até 48 horas.