MPF abre investigação sobre 80 tiros que mataram duas pessoas no Rio
Projéteis foram disparados por militares contra carro de família em Guadalupe, zona norte da cidade; MPM julga liberdade de 9 agentes
Rio de Janeiro|Lucas França, do R7*
O MPF (Ministério Público Federal) instaurou, nesta quarta-feira (8), um PIC (Procedimento Investigatório Criminal) para analisar os cerca de 80 tiros disparados por militares do Exército contra carro de uma família no dia 8 de abril em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro.
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A ação resultou na morte do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo.
Além dos dois homens, outros dois passageiros ficaram feridos. Em nota, o MPF ressaltou a “necessidade averiguar as circunstâncias em que os fatos ocorreram”, já que participaram da situação agente federais em “exercício da função”.
Julgamento
Na tarde desta quarta-feira (8), o plenário do STM (Superior Tribunal Militar) julgará o pedido de liberdade de nove militares presos por conta dos assassinatos. O MPM (Ministério Público Militar) é a favor do fim da prisão preventiva.
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O subprocurador-geral da Justiça Militar Carlos Frederico de Oliveira Pereira disse que as regras de conduta dos militares envolvidos na morte de Evaldo dos Santos não foram violadas deliberadamente contra a população civil, mas durante uma operação.
"As pessoas estão muito assustadas, porque foi um caso gravíssimo, mas prisão preventiva é outra história. Se eles (os militares presos) soubessem que aquele carro era de pessoas que não eram bandidas, eles não fariam isso. Os caras não saíram de casa para matar os outros", afirmou o subprocurador.
Pereira ainda acrescentou que na manifestação do MPM que os militares envolvidos na morte do músico e do catador são “como qualquer pelotão que você vê aí em qualquer quartel”.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa