O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou ao jornal britânico The Guardian que, em um momento de crise econômica e política, o Brasil "perdeu a oportunidade" para se mostrar em nível global durante as Olimpíadas, que terão início em 5 de agosto. Ele negou que os investimentos nos Jogos tenham ignorado as regiões mais pobres da capital fluminense.
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Em reportagem publicada nesta segunda-feira (11), o jornal destaca que a combinação de recessão, falência na segurança pública, epidemia de zika, processo de impeachment de Dilma Roussef, atrasos de infraestrutura e críticas às remoções de moradores e gentrificação da cidade causaram "sério prejuízo nas imagens do Brasil e do Rio".
— Esta é uma oportunidade perdida. (...) Não estamos nos mostrando. Com toda essa crise política e econômica, com todos esses escândalos, não é o melhor momento para se estar nos olhos do mundo.
Segundo o Guardian, Paes disse acreditar que os problemas foram exagerados pela imprensa de uma forma injusta.
— Isso me deixa louco. Se você ler a imprensa internacional, parece que tudo aqui é zika e pessoas atirando umas nas outras.
Entretanto, o prefeito também defendeu o impacto no longo prazo que os Jogos terão na cidade. Ele negou que o foco para investimentos olímpicos tenha sido apenas nas partes mais abastadas da cidade.
— Nunca houve tanta transformação para os pobres [no Rio]. (...) Os Jogos Olímpicos são uma grande inspiração para fazer as coisas.
Segundo o Guardian, críticos dizem que Paes está aplicando volume desproporcional de verbas olímpicas em direção à Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O jornal observa que a região concentra os maiores projetos de seus apoiadores de campanha. A publicação também destaca que Paes já passou por cinco diferentes partidos e que, atualmente, pertence ao PMDB, do presidente interino Michel Temer.