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Pezão condena atuação de policiais militares que ajudam o tráfico de drogas; 66 agentes foram presos

Governador diz não haver "coisa pior" que agentes apresentando desvio de função

Rio de Janeiro|Agência Brasil

"É muito triste uma pessoa ter um distintivo e às vezes está até matando um colega de profissão", disse Pezão em coletiva
"É muito triste uma pessoa ter um distintivo e às vezes está até matando um colega de profissão", disse Pezão em coletiva

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje (29) que a Operação Calabar, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), para o cumprimento de 96 mandados de prisão preventiva contra policiais militares acusados de receber dinheiro de traficantes de drogas, foi planejada durante sete meses e corta na carne da própria polícia. De acordo com o governador, as investigações começaram a partir de uma denúncia anônima. Segundo o delegado, Marcus Amim, da DH (Delegacia de Homicídios) de Niterói e São Gonçalo, até as 21h, 66 PMs foram presos, 22 traficantes, além de dois presos em flagrante. 

— Há sete meses que toda a área de segurança está envolvida nessa operação para cortar na carne —, disse, após participar da assinatura do contrato de renovação, por um ano, do projeto Centro Presente, que conta com recursos da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro.

Para o governador não há “coisa pior” do que verificar casos de desvio de função por parte de uma pessoa que recebeu um distintivo do Estado e que ainda está entre os servidores que recebem o pagamento em dia, no momento de dificuldade financeira do Rio.

— É muito triste uma pessoa ter um distintivo e às vezes está até matando um colega de profissão, está dando apoio a um traficante que está matando um outro colega de farda. Isso é lamentável e muito triste, mas vamos punir e cortar”, disse.


O governador lembrou que a área de segurança teve os reajustes salariais assegurados durante as negociações para a aprovação de contrapartidas para a aprovação do acordo de recuperação financeira do estado acertado com o governo federal.

Ao comentar a morte do porteiro Fábio Franco de Alcântara, atingido por estilhaços de granada, na quarta-feira (28), em Copacabana, o governador disse que para combater a entrada e o uso de armamento pesado no estado é preciso o apoio do governo federal. Ele disse que já encaminhou pedidos ao Ministério da Justiça e à PRF (Polícia Rodoviária Federal) para reforço no policiamento das fonteiras.

— Estou aguardando. Parece que vão mandar 300 homens para o Rio e 300 para São Paulo. A gente precisa fechar as nossas fronteiras —, disse.

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