Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Polícia apura se PMs suspeitos de chacina em Costa Barros estavam a serviço de empresa de segurança

Capitão ordenou procura a ladrões de caminhão que estava sob escolta comandada por major

Rio de Janeiro|Maria Mazzei*, da TV Record

Os PMs presos: Antônio Carlos Gonçalves Filho, Fábio Oliveira da Silva, Marcio Alves dos Santos e Thiago Viana Barbosa
Os PMs presos: Antônio Carlos Gonçalves Filho, Fábio Oliveira da Silva, Marcio Alves dos Santos e Thiago Viana Barbosa

A Polícia Civil investiga se os quatro policiais militares acusados de assassinar cinco jovens em Costa Barros, zona norte do Rio, no último domingo (29), estavam cumprindo uma missão para beneficiar o cliente de uma empresa de segurança, comandada por um major.

Roberto de Souza Penha, 16 anos, Carlos Eduardo da Silva de Souza, de 16 anos, Wilton Esteves Domingos Junior, 20 anos, Cleiton Correa de Souza, 18 anos, e Wesley Castro Rodrigues, 25, foram mortos na ação policial.

Os PMs Antônio Carlos Gonçalves Filho, Fábio Pizza Oliveira da Silva, Marcio Darcy Alves dos Santos e Thiago Resende Viana Barbosa foram presos sob a acusação de homicídio doloso e fraude processual. Eles alegaram que o Palio em que estavam os jovens entrou no meio de um tiroteio.

Na quinta-feira (3), uma testemunha ouvida pelos investigadores negou a versão dos PMs e relatou que os PMs envolvidos sorriram após a morte dos jovens.


Ligação

A nova suspeita da Polícia Civil surgiu após os investigadores verificarem que os PMs acusados receberam a ligação de um capitão momentos antes do fuzilamento — apenas o prenome dele, Daniel, foi revelado.


O capitão estava de folga naquela noite. Mesmo assim, teria ordenado, por telefone, à equipe de policiais que procurasse suspeitos de assaltar um caminhão que transportava cerveja da Baixada Fluminense. A carga roubada, segundo as investigações, estaria sendo escoltada por uma empresa de segurança cujo dono é um major.

O roubo ocorreu na mesma noite em que os jovens estavam mortos. De acordo com o motorista do caminhão, os assaltantes estavam em um Palio azul — mesmo modelo, mas de cor diferente, do veículo onde estavam os jovens mortos: o Palio das vítimas era branco.


Os investigadores querem saber se o capitão que fez o telefonema aos PMs tem ligação com o major dono da empresa de escolta. Ou mesmo se o próprio capitão é também sócio da empresa.

Viatura sem GPS

Outro detalhe que contribui para a suspeita é o fato de a viatura usada pelos PMs que atiraram nos jovens ser um veículo reserva — sem câmera, nem GPS.

A Polícia Civil investiga se o veículo foi escolhido para não deixar rastros sobre o possível cumprimento de uma missão particular no meio do expediente.

O capitão que realizou a ligação já foi ouvido. Ele assumiu ter dado o telefonema, mas negou qualquer interesse particular: disse que, como policial, tinha o dever de alertar os subordinados de plantão sobre um roubo em andamento.

O major só deve prestar depoimento nesta segunda-feira (7).

Projétil intacto

Enquanto os investigadores trabalham para fechar o quebra-cabeça sobre a morte dos jovens, a perícia tenta identificar de que armas partiram os tiros que provocaram as mortes.

Nesta semana, os legistas encontraram um projétil intacto no corpo de um dos jovens (em geral, o projétil se deforma ao atingir o corpo). Com isso, os peritos acreditam que seja possível realizar o exame balístico.

Manifestantes pedem fim de "massacre" a jovens negros

*Colaborou Alvaro Magalhães, do R7

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.